Dias Toffoli solta advogado suspeito de intermediar R$ 1 milhão para desembargador
24/10/2024 18h26 - Atualizado em 24/10/2024 às 18h26
'O amigo do amigo do meu Pai', assim chamado na Operação Lava Jato, Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o advogado Luiz Pires Moraes Neto, preso preventivamente na Operação Churrascada, que investiga a venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de São Paulo. Toffoli considerou que houve constrangimento ilegal na ordem de prisão.
O alvo principal da Churrascada é o desembargador Ivo de Almeida. Moraes Neto teria viajado ao Paraguai para pegar R$ 1 milhão. O dinheiro seria destinado à "compra" de um habeas corpus.
"Não se nega a gravidade das supostas condutas objeto da investigação instaurada contra o paciente (Moraes Neto). Nada obstante, por mais graves e reprováveis que elas sejam, isso não justifica, por si só, a decretação da prisão cautelar", diz o ministro.
Em nota, a defesa afirma que a decisão reconhece que a prisão do advogado "não possuía motivação válida, base empírica e razoabilidade".
Moraes Neto foi preso por ordem do ministro Og Fernandes, relator da investigação da Operação Churrascada no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ministro considerou que ele poderia tentar obstruir o inquérito se fosse mantido em liberdade. O advogado passou três meses foragido até ser preso, em setembro.
A Polícia Federal pediu a prisão alegando que ele tentou apagar remotamente dados do celular apreendido na investigação. A defesa, por sua vez, afirma que o advogado apenas habilitou a linha telefônica em um novo aparelho para continuar trabalhando.
Segundo o supremo amigo Toffoli, a transferência do perfil entre os celulares não é suficiente para concluir "categoricamente" que o advogado tentou apagar informações.