Consumidor brasileiro sente expressiva perda do poder de compra em 2024
Por Fábio Roberto de Souza
25/12/2024 10h39 - Atualizado em 25/12/2024 às 10h39
O ano de 2024 foi um dos anos mais desafiadores para os consumidores brasileiros em relação à manutenção do poder de compra. Com uma inflação calopante e reajustes salariais que não acompanharam esse ritmo, o consumidor viu seu orçamento encolher, afetando desde despesas essenciais até o consumo discrecionário.
O impacto da inflação é observado no dia a dia dos consumidores, que percebem que o mesmo montante de dinheiro passa a comprar menos produtos do que antes.
Qual é a relação entre inflação e poder de compra?
A inflação é medida através da variação de índices de preços ao longo do tempo, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Estes índices são calculados pelo IBGE através do monitoramento periódico dos preços de uma cesta de produtos e serviços que representa o consumo das famílias brasileiras. A diferença entre os preços apurados em diferentes períodos determina a taxa de inflação para o período analisado. O IPCA é o índice oficial do governo federal e é utilizado para corrigir diversos contratos e instrumentos financeiros, como salários, investimentos e tributos. Já o INPC é utilizado para corrigir aposentadorias e outros benefícios previdenciários.
A inflação corrói o poder de compra da moeda ao longo do tempo, tornando cada real mais fraco. Um exemplo clássico é o pão francês: em 2004, custava R$0,17. Hoje, em 2024, o mesmo pão custa em média R$1,00, o que significa que você precisa de cinco vezes mais dinheiro para comprar a mesma quantidade.
Essa perda do poder de compra afeta diretamente o orçamento familiar, especialmente das classes mais baixas, que destinam maior parte da renda à alimentação básica.
Como está o poder de compra do brasileiro?
Os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central (BC), alertados pelos números de 2024, projetaram um aumento maior ainda da inflação em 2025, assim como uma alta maior da taxa básica de juros.
Para este ano, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 4,89% para 4,91%. Com isso, segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%.
As expectativas, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório "Focus" divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central (BC).
Estíma-se que somente em 2024, o poder de compra médio do brasileiro, considerando todos os seus gastos com alimentação, vestuário, energia, educação, pode ter superado os 30%.
O que afeta o poder de compra?
O poder de compra das famílias brasileiras é influenciado por diversos fatores internos, além da inflação. Como, por exemplo: novo emprego, maior prosperidade em investimentos ou mais oportunidade de acesso a crédito.
Além disso, o poder de compra das famílias brasileiras também é afetado por fatores externos, como:
- Políticas governamentais: políticas fiscais e monetárias influenciam diretamente a inflação e o câmbio, que, por sua vez, impactam o poder de compra.
- Taxas de juros: taxas de juros mais altas podem encarecer o crédito, dificultando o consumo das famílias e reduzindo o poder de compra.
No Brasil, está claro que é a ação do atual governo que vem afetando a economia. O excessivo gasto público e nenhum sinal de cortes concretos na gastança, está desestabilizando a economia, mandando recados ruins para investidores e consequentemente afetando o dia a dia dos brasileiros. O dólar está nas alturas, como jamais visto, e não pense que isto não afeta a vida dos brasileiros. Afeta e afeta muito.
Dados recentes indicam um aumento de 12% na inadimplência entre famílias brasileiras. Além disso, a população mais vulnerável enfrenta maiores dificuldades para acessar bens e serviços básicos, agravando as desigualdades sociais.
Ajustes necessários:
Primeiro, o atual governo tem que parar de gastar tanto e de forma desenfreada. Ajudaria se seus membros se contivessem também, não esbanjando em praça pública ou xingando investidores mundiais.
O pacote nunciado pelo governo federal e aprovado com mudanças pelo governo, pretende conter um pouco os impactos da crescente inflação.
Baseado em cortes nas áreas de educação, mudanças nos ajustes de abonos salariais e na aposentadoria de militares, bem como, em uma proposta de aumento do salário mínimo, o pacote que levou o nome fictício de 'corte de gastos', busca desesperadamente expor para economistas do mercado uma prossível projeção positiva. Adianta-se, que o 'mercado' não recebeu assim.
Futuro incerto:
A inflação é um fenômeno econômico complexo que diminui o poder de compra ao aumentar o custo de vida, afetando diretamente todas as camadas da população. A relação entre inflação e poder de compra é evidenciada pela variação dos índices de preços como o IPCA e o INPC, que medem as mudanças nos preços impactam o orçamento familiar, especialmente das classes mais baixas, e são influenciadas por uma combinação de fatores internos, como prosperidade econômica, emprego e crédito, e fatores externos, incluindo políticas governamentais, taxas de juros e crises econômicas globais.