O ANÃO MORAL DO PAÍS
Texto Paulo Briguet
Hugo Motta é o retrato perfeito do pusilânime brasileiro. Se considerarmos que a palavra vem do latim pusillus animus, que literalmente quer dizer “alma pequena”, entenderemos que nenhum termo expressará melhor a essência do presidente da Câmara.
O nome Hugo, no entanto, contém grande ironia. Origina-se do germânico hugu, que significa mente, coração ou espírito. Portanto, doravante passarei a chamá-lo de Huguinho, diminutivo que se adequa melhor à sua estatura moral.
Na noite da última terça-feira, Huguinho resolveu aprovar em votação simbólica a urgência do PL da Censura. Ou seja: à revelia da Casa, empurrou goela abaixo dos deputados um projeto que vai eliminar o que ainda resta de liberdade de expressão aos brasileiros.
A manobra de Huguinho dará tempo ao governo petista para “convencer” deputados do Centrão a aprovarem o PL — e certamente não preciso dizer a vocês a que tipo de convencimento me refiro.
Huguinho é como aquela oficial de Justiça que invadiu a UTI para notificar Bolsonaro, ou como o juiz auxiliar do Imperador Calvo: está apenas cumprindo ordens. Ele sabe que o atual regime tem como prioridade censurar as redes sociais em 2026. Fiel serviçal, ele não hesitará em obedecer a todas as determinações dos tiranos. Sua personalidade se assemelha em tudo à de um guardinha de gulag. O problema é que esse gulag é o país inteiro, e os prisioneiros somos nós.
Feroz como um tigre diante a oposição, dócil como um poodle diante do Regime PT-STF, Huguinho treme de medo ante a possibilidade de que os urubus de toga resolvam investigar o seu caseiro ou algum caso relacionado ao seu clã político em Patos.
Enquanto isso, brasileiros inocentes são torturados, espancados e condenados ao silêncio e à morte — e Huguinho permanece mudo e calado.
— Acaso sou o guarda do meu irmão? — perguntou Caim, o fundador da política, depois de cometer o seu crime abominável.
Sim, é com você que Ele está falando, Huguinho. Enquanto você desvia o olhar, o sangue dos seus irmãos clama desde a terra até o céu.
“Ó vós, que não sabeis do Inferno,
olhai, vinde vê-lo, o seu nome
é só — PUSILANIMIDADE”.