Mauro Cid: O X9 da narrativa do golpe já está condenado

    10/09/2025 21h20 - Atualizado há 7 horas

    O julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal expôs de forma crua o papel de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que se tornou o “X9” oficial da narrativa do golpe. O homem que até pouco tempo circulava nos bastidores como sombra de confiança do ex-presidente, agora é tratado como delator de conveniência, tentando se salvar da própria ruína.

    Cid não caiu de paraquedas nessa história. Ele foi parte ativa de uma engrenagem que buscava tumultuar as instituições, fabricando relatórios, distribuindo teorias e encorajando um discurso de ruptura. Quando a corda apertou, virou-se contra antigos aliados, entregando documentos, áudios e versões que alimentam a tese de que havia um complô em curso.

    O detalhe incômodo é que sua cooperação não foi movida por senso cívico ou por arrependimento genuíno. Foi autopreservação. Ele só abriu a boca quando as provas batiam à sua porta e as grades do presídio se tornavam um horizonte real. Ao fazer isso, conquistou espaço para negociar sua sobrevivência política e penal, mas deixou claro que sua lealdade sempre teve preço.

    No STF, a maioria dos ministros já sinalizou condenação por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito. Não é pouca coisa. Cid se vê enquadrado justamente por ter participado de atos e discursos que buscavam corroer a própria democracia. A virada de mesa para colaborar com investigadores não o redime desse peso: apenas o transforma em testemunha útil de ocasião.

    Assim, Mauro Cid ficará marcado na história brasileira não como herói, nem como mero coadjuvante, mas como o X9 do golpe. Entregou para tentar escapar, mas já é visto por muitos como a figura que uniu duas faces igualmente desonrosas: a de cúmplice e a de traidor.


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