O empresário Luciano Hang, fundador da Havan, voltou a manifestar preocupação com o rumo que têm tomado algumas decisões judiciais no país, especialmente em processos que envolvem ataques, difamações e discursos de ódio direcionados a ele nas redes sociais.
Nos últimos meses, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) iniciou o julgamento de 19 ações movidas por Hang contra pessoas que o atacaram com ofensas e calúnias. O empresário, que há anos é alvo de insultos diários na internet, viu com surpresa o agrupamento dos processos — cada um com sua natureza e particularidades — em um julgamento conjunto, decisão incomum e juridicamente questionável.
O que mais causou espanto foi a manifestação do desembargador Yhon Tostes, que teria afirmado durante o julgamento que “homens brancos não são vulneráveis e não podem alegar sofrer discurso de ódio”.
A fala, segundo juristas e cidadãos nas redes sociais, revela ativismo jurídico e discriminação reversa, contrariando o princípio constitucional da igualdade perante a lei.
Para Luciano Hang, trata-se de uma declaração perigosa:
“Diariamente, sou atacado nas redes sociais com ofensas, discursos de ódio e ataques pessoais. Me chamam de ‘nazista’, ‘fascista’, desejam e até encenam minha morte. Já disseram que matei minha própria mãe. Isso é desumano e criminoso”, desabafou o empresário.
Além dos ataques virtuais, Hang lembrou de episódios concretos de violência contra o patrimônio da empresa.
Três Estátuas da Liberdade, símbolos da marca Havan, foram incendiadas em diferentes cidades brasileiras, em atos de vandalismo e intolerância ideológica.
Ele recordou também vídeos e memes que simulam sua execução, o que revela um clima crescente de ódio e permissividade com a violência.
“Essas ações não são piadas. São reflexos diretos de um ambiente em que o ódio político é normalizado e até incentivado. Quando a Justiça relativiza esse tipo de conduta, está abrindo espaço para que o terror simbólico se torne real”, afirmou.
Para o empresário, há um claro duplo padrão na aplicação da lei:
“O combate ao discurso de ódio deve valer para todos, independentemente de cor, raça, religião ou ideologia. Não importa quem seja: todos somos iguais perante a lei. Agora, por ser branco, não tenho direito à proteção? Isso jamais pode acontecer”, criticou.
Especialistas em direito constitucional reforçam que a vulnerabilidade jurídica não está condicionada à cor da pele ou à conta bancária, e que a liberdade de expressão não pode ser confundida com licença para o ódio e a calúnia.
Luciano Hang finalizou afirmando que continua confiando na Justiça brasileira, mas alerta que decisões ideológicas podem minar a credibilidade das instituições.