Polícia Federal utiliza blindados para apreender animais, mas não ajuda no Rio

    30/10/2025 07h13 - Atualizado há 2 semanas

    Enquanto o Rio de Janeiro enfrentava nesta terça-feira (28) a maior operação policial de sua história recente, com mais de cem mortes e intenso confronto entre criminosos e forças de segurança, a Polícia Federal (PF) manteve-se distante das ações, alegando não ter sido acionada oficialmente.

    A contradição gerou forte reação nas redes sociais e em setores da segurança pública. Nas últimas semanas, a própria PF promoveu operações com uso de veículos blindados em cidades como São Gonçalo e Magé (RJ), voltadas à apreensão de aves silvestres e combate ao tráfico de animais. Imagens oficiais e vídeos divulgados mostram blindados em deslocamento durante essas ações ambientais.

    A pergunta que surge é inevitável: por que a mesma estrutura blindada, capaz de ser mobilizada para recolher gaiolas e pássaros, não foi colocada à disposição do estado do Rio de Janeiro no momento em que traficantes fortemente armados transformavam comunidades inteiras em zonas de guerra?

    Contradição e omissão

    Especialistas em segurança classificam a postura da instituição como incoerente. Para o coronel reformado da PM-RJ, entrevistado por BN Brasil, “a PF tem meios e efetivo para apoiar operações de alto risco, e não faz sentido priorizar ações de fauna enquanto o país enfrenta um colapso no combate ao crime organizado”.

    De fato, a mesma PF que dispõe de veículos blindados, drones e armamento pesado para operações ambientais, não integrou o esforço conjunto de apoio ao governo fluminense, mesmo após o pedido de solidariedade feito por governadores de outros estados.

    Falta de integração e prioridades invertidas

    O episódio reacende o debate sobre a falta de integração entre as forças federais e estaduais, especialmente em um momento de crise nacional na segurança pública. O governador Cláudio Castro (PL) recebeu apoio de vários estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto o governo federal manteve-se omisso, restringindo-se a cobranças formais e a discursos ideológicos.

    Enquanto isso, os mesmos blindados federais que circulam para apreender pássaros permanecem nas garagens, enquanto traficantes controlam comunidades inteiras e a população segue refém da violência.


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