O MPF não viu indício algum de participação de Jair Bolsonaro (PL) no esquema de falsificação de carteiras de vacinação para Covid-19, do qual ele foi beneficiado para viajar aos EUA no final de seu mandato.
Em petição a Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, o órgão afirmou que as provas colhidas pela PF apenas apontam que o esquema teria sido capitaneado pelo ajudante de ordens, Mauro Cid.
“O que se extrai é que MAURO CESAR BARBOSA CID teria arquitetado e capitaneado toda a ação criminosa, à revelia, sem o conhecimento e sem a anuência do ex-Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO”, afirma a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que assina a petição.
“Não há lastro indiciário mínimo para sustentar o envolvimento do ex-Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO com os atos executórios de inserção de dados falsos referentes à vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde e com o possível uso de documentos ideologicamente falsos”, acrescenta a vice-arquivadora-geral, que foi aliada de Bolsonaro durante todo o seu mandato na tentativa fracassada de suceder Aras em um eventual segundo mandato.
Em sua decisão, Moraes afirma acreditar no mínimo em “conhecimento e aquiescência” de Bolsonaro perante o esquema, mas que essa “circunstância somente poderá ser apurada mediante a realização da medida de busca e apreensão”, executada na casa do ex-presidente hoje, terça-feira (3).
A PF também não acusa Bolsonaro de participação no esquema, mas cita “estrutura criminosa” e “coesa” usada para “propiciar que pessoas do círculo próximo [de Bolsonaro] pudessem burlar as regras sanitárias impostas na Pandemia da covid-19″.