Depois de postergar a leitura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), agora está atrasando — há mais de uma semana — a instalação do colegiado. Pacheco nunca tem pressa.
O presidente do Senado precisa responder a uma questão de ordem levantada pelo líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), sobre a regra de proporcionalidade dos blocos na comissão. O que isso significa? Quantas cadeiras terão os governistas, a oposição e os aliados escalados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, que quer participar indiretamente da comissão.
Na quarta-feira 26, antes da leitura da CPMI, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), moveu o próprio partido do Bloco Democracia para o Bloco Resistência Democrática. O Resistência, que tinha cinco cadeiras, passou a ter seis vagas no colegiado.
Desse modo, o Bloco Vanguarda, da oposição — que tinha três indicações à comissão –, perdeu uma vaga. O número de cadeiras do Senado na CPMI não vai mudar: permanecerá em 16. A manobra do governista alterou a proporcionalidade do colegiado.
Após ouvir a reclamação de Marinho, Pacheco disse que responderia até o final da semana. O senador mineiro, no entanto, não deu nenhum retorno até o momento. Mais cedo, depois de uma reunião de líderes na Casa, Pacheco anunciou um novo prazo: disse que responderia o questionamento até a sexta-feira 5.
Nos bastidores, contudo, a informação é de que o presidente do Senado deve tirar a vaga da oposição. Caso isso aconteça, o governo teria 12 cadeiras, de 16, confirmadas na CPMI.
Pacheco precisa confirmar o questionamento, pois disso depende as indicações dos membros da comissão por parte dos líderes partidários.
Ao todo, a CPMI será composta de 32 membros titulares — sendo 16 senadores e 16 deputados federais. A comissão também vai ter o mesmo número de suplentes. Conforme apurou Oeste, essa é a atual conjuntura da CPMI do 8 de janeiro:
Câmara
Senado
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) é o mais cotado para ser o relator da CPMI. Já a presidência pode ficar com o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA). A oposição tenta pleitear a vice-presidência do colegiado.