Outros fatores jurídicos também podem atrasar o pleito. No caso anterior em que Brusque passou por uma situação similar, após Paulo Eccel (PT) ter seu mandato cassado, a eleição só foi realizada em 2016 depois de um ano da decisão que o afastou do mandato, mesmo sendo uma eleição indireta, ou seja, que não necessita de mobilização para que toda a população vá às urnas.
Isso porque ela só foi realizada depois do julgamento dos recursos do ex-prefeito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Paulo foi absolvido posteriormente, mas apenas em 2017.
As mudanças da lei eleitoral, porém, diferenciam o caso atual do anterior. O substituto de Paulo foi eleito de forma indireta, pelos vereadores, enquanto, desta vez, os brusquenses voltaram às urnas para escolher o novo prefeito. Enquanto isso, o então presidente da Câmara, André Vechi (DC), ocupa o cargo.
Brusque terá uma nova eleição. Quem irá votar?
De acordo com o TRE-SC, todos os eleitores considerados aptos, ou seja, sem pendências com a Justiça Eleitoral, estão aptos a votar no novo prefeito.
Quando acontecerá a nova eleição?
A Justiça Eleitoral estimou o dia 6 de agosto deste ano para realização da votação, que ocorrerá pelo sistema conhecido, com utilização da urna eletrônica.
A eleição está confirmada para essa data?
Não, está apenas prevista pelo TRE-SC. A data ainda precisa ser confirmada oficialmente pelo tribunal.
Haverá campanha eleitoral?
Sim, assim que o TRE-SC marcar a data da eleição, já estipulará também prazo para convenções partidárias, registro de candidaturas e realização de campanha eleitoral, nos moldes das eleições gerais.
Sou obrigado a votar nesta eleição?
Eleitores regulares e que não se encaixam nas regras de dispensa de votação devem comparecer ao pleito, ou justificar a ausência, da mesma forma que nas eleições gerais.
Há algo que possa atrasar a eleição?
Sim, conforme exemplos do passado, recursos pendentes de julgamento dos tribunais superiores podem atrasar a realização da eleição.
É possível que a eleição não seja realizada?
Embora seja retoma, essa possibilidade existe. Mas para isso acontecer, seria necessário que a condenação da chapa Ari Vequi e Gilmar Doerner fosse revogada nos tribunais superiores, a exemplo do que aconteceu com Paulo Eccel. No entanto, esse tipo de julgamento leva bastante tempo.
A cassação de Vequi e do vice-prefeito Gilmar Doerner (Republicanos) aconteceu após ação movida pelos partidos PT, PV e PSB de Brusque. Os partidos alegaram influência do empresário Luciano Hang no resultado da eleição, que teve sua inelegibilidade determinada.
Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, argumentou que o tribunal entendeu que “ficou evidente que o empresário Luciano Hang utilizou a marca das lojas Havan para fazer campanha negativa contra alguns candidatos que competiam na eleição municipal de Brusque”.
“Concluo que nos autos houve transgressão a toda jurisprudência do TSE. Houve utilização de toda a estrutura das lojas Havan na campanha eleitoral. Houve também uma flagrante e ostensiva quebra da igualdade das chances entre os candidatos. Dou provimento ao agravo”, concluiu o presidente do tribunal. A conclusão de Moraes foi seguida pela maioria.
*OMunicípio - Por Bruno da Silva