Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente da CPI do MST Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) não observa com bons olhos a aproximação de seu partido com o governo Lula (PT). Atualmente, a legenda ligada à Igreja Universal negocia para que o deputado Silvio Costa Filho (PE) comande um ministério.
— Eu sempre falei desde o início que não acredito que seja positiva qualquer tipo de ação junto ao governo vigente. Vou manter a minha posição contrária a qualquer entrada. Aí, logicamente, vamos dialogar com o partido para mostrar que o Republicanos não ganha nada com a entrada no governo Lula — afirmou ao GLOBO.
Caso haja uma insistência por parte do Republicanos, Zucco disse que prefere migrar para outro partido:
— Eu não acredito que o Republicanos vai fazer parte do governo, mas caso assim o faça, não tenho dúvidas que inúmeros apoiadores vão preferir migrar para outra legenda. Caso faça parte, vou entrar em contato com a legenda. Realmente não está na minha vontade estar num partido alicerceado com o governo Lula.
Nesta quarta-feira, como noticiou o GLOBO, o partido do presidente da CPI do MST contribuiu para o esvaziamento do colegiado. Sete parlamentares da oposição foram retirados da comissão — o Republicanos pediu a substituição do titular Messias Donato (ES) e do suplente Diego Garcia (PR).
— Gerou-me decepção. Foi muito negativo para os parlamentares que foram afetados: tanto eu na presidência, como os outros dois que souberam dos seus desligamentos pela imprensa. Foi desnecessário, algo que a gente acredita que não deveria ocorrer.
CPI pode acabar mais cedo
Diante da remoção dos sete deputados, a oposição — antes maioria no colegiado — passou a estar em desvantagem diante do governo. Neste contexto, Zucco tenta reverter o cenário junto ao líder da bancada ruralista, Pedro Lupion, e o presidente da Câmara, Arthur Lira. Caso os parlamentares não retornem aos seus postos, a CPI pode terminar mais cedo.