Por volta das 9 horas da manhã de 8 de janeiro, o então chefe do setor de operações integradas (Seopi) do Ministério da Justiça, Mauro André Kaiser Cabral, trocava mensagens com o então diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo de Moura Cunha, sobre o risco de invasões a prédios públicos em Brasília.
Conversas obtidas por Oeste mostram que, inicialmente, Saulo perguntou a Cabral se o Ministério da Justiça iria acionar o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN). Depois, o então diretor da Abin encaminhou dois avisos a Cabral, informando que a manifestação denominada de "tomada de poder" marchava em direção à Esplanada dos Ministérios.
Além disso, que, nas horas anteriores, houve um aumento significativo nos números de ônibus que chegaram à capital federal. O número estimado de pessoas já era de 3 mil.
Em seguida, o então chefe da Seopi respondeu que a avaliação da inteligência do ministério é que não haveria a necessidade de acionar o centro integrado. Contudo, que aguardaria orientações do novo secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.