Frases da Semana: “Muito orgulhoso de ter participado desse processo de ‘desmanche da Lava Jato'”

Por Ari Fusevick

    20/04/2025 11h04 - Atualizado há 2 meses

    “Disseram-me que hoje é o Dia do Café. Vai um cafezinho aí?” – Geraldo Alckmin, ao postar vídeo tomando café no X. Uma das tragédias do Brasil é que nossa Maria Antonieta, além de careca, é descafeinada. 

    “A decisão unânime deste tribunal é que os termos ‘mulher’ e ‘sexo’ na Lei da Igualdade de 2010 se referem a mulheres biológicas e sexo biológico” – decisão da Suprema Corte Britânica. Em nota oficial, a Associação Britânica de Gafanhotos declarou aguardar com otimismo a próxima decisão da Corte, que determinará se a grama é realmente verde. 

    “Tem que ser débil mental para querer a volta de um genocida” – João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso. E quem paga ingresso pra ouvir sermão de um cara que toca prato e tambor? 

    “Querem fazer brasileiro de idiota” – Nasi, ex-músico em atividade, criticando o PL da Anistia. Em muitos casos, nem adianta querer fazer alguém de idiota. Impossível superar a obra da Mãe Natureza. 

    “Vim Trabalhar No Cruzeiro” – Dudu, ex-atleta do Palmeiras, explicando o significado da sigla “VTNC” que usou contra Leila Pereira, presidente do clube. Em resposta, Leila teria dito a Dudu “VSF” e explicou que significa “Vá Ser Feliz”. 

    “Eu prefiro comer lixo” – Joanna Maranhão, comentarista lulopetista do SporTV, sobre assistir a vídeos de Jojo Todynho, cantora bolsonarista. Se dizem que “você é o que você come”, talvez seja hora de ela rever sua dieta. 

    "Por um erro de edição, O Globo não identificou como sendo da coluna de humor Sensacionalista um post sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro” – errata do jornal O Globo. Se o humor era tão “cirúrgico” que os próprios editores confundiram com um relatório de colonoscopia, talvez fosse menos constrangedor nem explicar a piada. 

    “O Pé de Meia não é do governo, não é da Tabata, é de cada estudante que voltou a sonhar” – Tabata Amaral, deputada federal (PSB-SP), sobre novo programa que já enfrenta suspeitas de corrupção. Assim que surgem os primeiros escândalos, ninguém mais quer ser pai da criança. 

    “Uma pergunta que fazem é até onde vai o meu ato? Decidi quando começar, mas não sei quando vou parar” – Glauber Braga, deputado federal (PSOL-RJ), que faz greve de fome para protestar contra o processo de cassação que enfrenta. Pela primeira vez, um deputado psolista experimenta como seria viver nas ditaduras comunistas que defende. 

    “Câmara nunca cassou mandato de deputado por agressão; punição a Glauber seria inédita” – manchete da Folha de S.Paulo. Que absurdo romper a secular tradição da impunidade parlamentar. Um verdadeiro atentado à memória do Petrolão. 

    “Por uma questão de honestidade intelectual, é muito simplista atribuir ao governo federal a responsabilidade pela carestia dos alimentos” – André Trigueiro, blogueiro. É, não dá pra aliviar a barra do povo, que insiste em se alimentar mesmo nas situações mais adversas. 

    “O país não pode viver eternamente de Bolsa Família” – Lula. Isso aí, o negócio é subir na vida: largar o Bolsa Família, pegar uma Lei Rouanet, quem sabe até um Mensalão? Ir destravando os códigos da riqueza. 

    O berço da recivilização 

    “Foi 51 ou 54? Que eles ficam perguntando e me abusando aqui nas redes sociais” – Geraldo Júnior (MDB), vice-governador da Bahia, perguntando a Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Lula, quantos milhões foram encontrados nas malas em seu apartamento. O bom da propina impressa e auditável é que você pode conferir os valores com a planilha da Odebrecht. Pena que ainda não inventaram um jeito de punir. 

    “Rapaz, aí só perguntando lá no STF. Não tenho responsabilidade nenhuma com isso aí, com esse problema” – respondeu Geddel Vieira Lima. Para o STF, deve ser apenas uma tecnicalidade de foro entre a Comarca dos Cofres Públicos e a Vara da Varanda do Geddel. 

    “Várias pessoas que eu entrevistei me disseram que hoje, na prática, quem manda na CBF é o Gilmar Mendes e o filho dele, o Francisco Mendes” – Allan de Abreu, jornalista da revista Piauí. Na época do Eurico, pelo menos o Vasco ganhava tudo. Cadê o Gilmar para usar seu talento e trazer logo uma Copa para o Brasil?

    “Fico muito orgulhoso de ter participado desse processo que você chama de ‘desmanche da Lava Jato’, porque era uma organização criminosa”

    Gilmar Mendes, ministro do STF, durante convescote em Harvard. Como assim, uma organização criminosa operando à luz do dia no Brasil e sem a anuência das autoridades? 

    “Democracia no Brasil está cada vez mais sólida” – Paulo Gonet, procurador-geral da República. E, como diria Marx, tudo o que é sólido desmancha no ar.

    “Há falsa impressão de que bancos ganham com juro alto” – André Esteves, banqueiro. As impressões às vezes podem ser falsas, mas os lucros são sempre sinceros. 

    “O Brasil precisa congelar o salário-mínimo por seis anos” — Armínio Fraga, economista lulopetista. Pessoal, vamos fazer um sacrifício, o Armínio está com medo de que vá faltar dinheiro para o bolsa-empresário.

    “Supremo chamou para si a missão de enfrentar o extremismo” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF. O STF combate o extremismo com moderação (das redes sociais) e ordem (judicial secreta). 

    “Só cabe asilo político para perseguidos. Não se abre nenhuma outra exceção. Perseguição política, evidentemente, não há” – Walter Maierovitch, jurista, sobre asilo dado por Lula à ex-primeira-dama do Peru, condenada por corrupção. Precisamos falar sobre a escalada da corruptofobia que ameaça nossos aliados na América Latina. 

    “Ao conceder-lhe asilo, Lula foi deselegante com o Judiciário do Peru” – Josias de Souza, blogueiro do UOL. Dar asilo a corrupto é prevaricação mesmo; deselegante é passar pano.  

    “Muitos governadores ainda pensam que comandam Estados soberanos” – Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, atacando o federalismo enquanto tenta empurrar o tal PL da Segurança Pública. Melhor mudar o nome para República Popular Democrática do Brasil logo, para ver se o pessoal entende o recado. 

    “Ninguém representa melhor os problemas do Supremo brasileiro do que Alexandre de Moraes. Seu histórico mostra que o poder judicial precisa ser contido” – manchete da The Economist, revista britânica. Em gesto de reciprocidade, Moraes teria declarado que ninguém ilustra melhor os problemas da livre imprensa do que a The Economist. 

    “Moraes cobra explicações de embaixador da Espanha após extradição de bolsonarista ser negada” – manchete da Folha de S.Paulo, sobre a negação da extradição do jornalista Oswaldo Eustáquio. Puro recalque dos espanhóis, só porque o Moraes conseguiu censurar mais gente em cinco anos do que a Inquisição Espanhola em trezentos e cinquenta. 

    Anistiados contra a anistia 

    “O projeto é assustador, ele faz cair a máscara” – Míriam Leitão, blogueira, em diatribe contra o PL da Anistia. Se a máscara caiu, é melhor tirar os espelhos da redação. Porque assusta mesmo. 

    “Falar sobre anistia ou mediação de pena em relação a algumas pessoas do 8 de janeiro eu acho que é defensável do ponto de vista de alguns parlamentares” – Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, defendendo a anistia em certos casos. Tanto falou que anistia gera impunidade, que se empolgou e – por força do hábito – acabou cometendo um ato falho.  

    “Ministros do STF cobram governo Lula para retirar assinaturas da base pela anistia” – Bela Megale, jornalista. Se continuar assim, é capaz do STF abandonar a base governista e lançar candidato próprio nas próximas eleições. 

    “PSDB do Brasil inteiro reagiu contra apoio a anistia” – José Aníbal, ex-senador e guerrilheiro de extrema-esquerda. Para mostrar sua força, dizem que o partido vai enviar uma Kombi semi-lotada para protestar em Brasília neste fim de semana.

    In Trump We Trust? 

    “Acho que me saí bem... Senti que estava em ótima forma – coração bom, alma boa” – Donald Trump, após exame físico anual. Parece que o exorcismo foi realizado com sucesso. 

    “Sim, é verdade. Fui classificada como do ‘sexo masculino’ pelo governo dos EUA quando fui tirar meu visto” – Érika Hilton, membro da Câmara dos Deputados (PSOL-SP). Se serve de consolo, eu também já passei por isso e vivi para contar a história.  

    “Vamos recuperar nosso quintal” – Pete Hegseth, secretário da Defesa dos EUA, sobre América Latina. Mas, antes, ele só precisa descobrir como adicionar e remover pessoas do grupo de WhatsApp. Parece que isso pode levar algum tempo. 

    “Você não inicia uma guerra contra alguém vinte vezes maior que você e depois espera que as pessoas lhe deem mísseis” – Donald Trump, culpando a Ucrânia pelo conflito com a Rússia. Lembra até aquele cara que declarou guerra comercial contra o mundo inteiro e depois teve que voltar atrás porque ficou sem chip para o celular. 

    Cantinho do Tarifaço 

    “A caixa de Pandora das tarifas foi aberta” – Si Fu, analista financeira do banco de investimentos Goldman Sachs (sim, o nome é real). Parece que ela nasceu para dar essa notícia. 

    “Dê um dedo ao valentão, e ele tomará o braço todo” – post no X da Embaixada da China nos EUA, durante guerra comercial entre os países. Uma linda frase, pena que os cidadãos chineses não possam acessar as redes sociais para apreciá-la. 

    “China tenta salvar o capitalismo, e Trump, destruí-lo” – manchete do UOL. Acreditar que o STF esteja salvando a democracia é porta de entrada para drogas mais pesadas. 

    “Os chineses têm um provérbio muito bom: quando dois tigres lutam, o macaco, esperto, senta-se para ver como acaba” – Vladimir Putin, ditador russo, sobre a guerra comercial entre EUA e China. E, se esse macaco esperto for russo, certamente evitaria sentar-se muito próximo a uma janela. 

    “Tarifaço de Trump também é questão de gênero” – Bianca Santana, mestra em educação e jornalista, escreve na Folha. E eu pensando que era apenas uma questão de número e grau. 

    Sobreviva ao SUS! 

    “Bolsonaro foi socorrido por um serviço que ele tentou sucatear: o SAMU. O traslado para Natal foi feito por um helicóptero da Secretaria de Segurança do RN, estado governado pelo PT. Viva o SUS!” – Humberto Costa, senador (PT-PE). Admirável a humildade do senador, que se furtou a mencionar as ambulâncias superfaturadas adquiridas pela Máfia dos Sanguessugas durante sua gestão no Ministério da Saúde. 

    “Todo mundo sabe: na hora da emergência, chama o SAMU” – Alexandre Padilha, ministro da Saúde. Todo mundo, menos o Lula. 

    “Quero Bolsonaro com saúde para enfrentar seu julgamento e punição” – Leonardo Sakamoto, blogueiro do UOL. Eu torço pela saúde do Sakamoto. A mental, principalmente. 

    “Por que trocaram de cirurgião? E por que, dessa vez, justamente no que pode ser o quadro mais grave desde a facada, não vieram pra SP?” – Álvaro Pereira Júnior, repórter do Fantástico, reavivando teorias da conspiração sobre a facada em Bolsonaro. Ele está apenas fazendo perguntas... 

    “Que mico foi esse?” – post do Ministério da Saúde, sobre críticas da cantora Jojo Todynho ao SUS. 

    “Mico é ver um órgão que deveria cuidar da vida das pessoas se metendo em shade de internet enquanto tem paciente morrendo na fila por falta de atendimento” – Jojo Todynho, explicando o tal mico em resposta ao Ministério. 

    Adolescência tardia 

    “Este documentário [sic] teve mais impacto do que qualquer político na questão do uso dos smartphones e da misoginia, e ainda assim você está dizendo que não precisa assistir?” – Naga Munchetty, apresentadora de TV, se revoltando ao saber que Kemi Badenoch, líder da oposição britânica, não assistiu à série “Adolescência”. 

    “É uma série fictícia” – respondeu Kemi Badenoch. 

    “A PF teve um trabalho fantástico nessa tarefa toda, com certeza vai poder inspirar cenas de séries de Netflix ou CSI” – Paulo Gonet, procurador-geral da República, sobre as investigações do suposto golpe. Tenho minhas dúvidas se uma série sobre delegados destemidos que passam o dia trocando mensagens com o juiz no zap para perseguir senhoras com Bíblias teria lá uma grande audiência. 

    Os povos originários 
    “Não é que eles fossem violentos, é apenas a maneira de se conectarem com os corpos celestes” – María Belén Méndez, arqueóloga, sobre descoberta de templo Maia usado para o sacrifício de crianças na Guatemala. Eram infanticídios tão inofensivos que, aposto, as crianças voltavam para casa depois dos rituais como se nada tivesse acontecido. 

    “Deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça, pronto” – sugestão de Funcionário do Itamaraty, em resposta a protesto de indígenas no prédio da instituição. Cauteloso, o Cacique Raoni teria recomendado que seus índios só fossem ao protesto se suas Hilux estivessem devidamente blindadas.


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