SEM NOÇÃO: Lula adota tom desafiador contra os EUA e agrava tensão diplomática

    17/07/2025 21h51 - Atualizado há 9 horas

    Em um pronunciamento em cadeia nacional na noite desta quinta-feira (17), o Luiz Inácio Lula da Silva voltou a apostar em uma retórica beligerante e populista ao tratar da recente imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em vez de apelar ao diálogo diplomático responsável, Lula preferiu transformar o impasse comercial em mais uma arena de confronto ideológico.

    O discurso, repleto de metáforas e provocações, escancarou a postura do presidente de tentar capitalizar politicamente sobre o episódio. Lula chegou a afirmar que “não é um gringo que vai dar ordem para este presidente”, em alusão ao presidente norte-americano Donald Trump, que recentemente anunciou as novas tarifas como parte de uma política protecionista para incentivar a produção doméstica.

    Ainda que o Brasil tenha o direito legítimo de buscar reparação em fóruns internacionais como a OMC (Organização Mundial do Comércio), a forma como Lula conduz a crise preocupa setores da diplomacia, da economia e do agronegócio. Especialistas alertam que confrontos diretos com a maior economia do mundo, sem a devida construção de consenso e sem alianças sólidas, podem gerar efeitos devastadores sobre exportações brasileiras, especialmente do agronegócio — um setor fortemente dependente do mercado norte-americano.

    A retórica desafiadora adotada por Lula também desconsidera o momento sensível da economia brasileira, que enfrenta estagnação e inflação persistente. Ao elevar o tom contra um de seus principais parceiros comerciais, o presidente arrisca isolar o país em um cenário internacional que exige cada vez mais cooperação e pragmatismo.

    Enquanto isso, a oposição critica o que chamou de “palanque disfarçado de pronunciamento oficial”. Para parlamentares do campo liberal e conservador, Lula não fala mais como chefe de Estado, mas como líder partidário em campanha constante.

    A chamada “Lei de Reciprocidade Econômica”, citada por Lula como possível retaliação, ainda não foi regulamentada e carece de respaldo internacional. Analistas consideram que uma escalada tarifária mútua resultaria em perdas bilaterais — e o Brasil, com economia menor e mais vulnerável, tende a perder mais.

    A diplomacia brasileira, que historicamente se destacou por sua habilidade de mediar conflitos e manter pontes abertas, corre o risco de ser substituída por um discurso inflamado, com consequências práticas para os setores produtivos e para a imagem do país no cenário global.

    Em vez de buscar soluções equilibradas para a crise comercial com os EUA, Lula parece mais interessado em construir narrativas de confronto. O Brasil precisa de estadistas, não de oradores inflamados. A economia nacional e a credibilidade internacional exigem mais responsabilidade — e menos bravatas.


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