PF aponta tentativa de obstrução e risco de evasão do ex-presidente
O ministro Alexandre de Moraes deu até as 20h34 de sexta-feira (22) para que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro explique suposto descumprimento das medidas cautelares impostas contra ele. A ordem atende a um relatório da Polícia Federal (PF), que apontou risco de fuga e condutas ilícitas atribuídas a ele.
A intimação foi expedida na noite de quarta-feira (20), após a PF entregar um documento em que Bolsonaro pedia asilo político ao presidente argentino Javier Milei. No texto de 33 páginas, o ex-presidente dizia ser alvo de “perseguição política” e de “diversas medidas cautelares”. Segundo a corporação, esse material demonstra a intenção de deixar o país mesmo sob restrições impostas pelo Supremo.
Por decisão de Moraes, Bolsonaro está em prisão domiciliar e proibido de usar telefone ou redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros.
“Os elementos de prova obtidos pela Polícia Federal indicam que Jair Messias Bolsonaro tinha posse de documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional, após a imposição de medidas cautelares”, afirmou Moraes em sua decisão.
Na mesma investigação, a PF também indiciou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de atuar nos Estados Unidos para obstruir o avanço do inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, no qual o ex-presidente é o réu principal.
Nesta quinta-feira (21), a defesa de Bolsonaro negou que ele tenha violado qualquer medida cautelar e garantiu que apresentará todos os esclarecimentos ao Supremo dentro do prazo. Após a manifestação, Moraes determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) também se pronuncie em até 48 horas.