EUA pode ampliar sanções contra autoridades brasileiras, alerta secretário do Tesouro

    22/09/2025 19h09 - Atualizado há 4 dias

    O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou nesta segunda-feira (22) que novas autoridades brasileiras poderão ser alvo de sanções econômicas caso Washington considere necessário. A declaração foi dada após a inclusão da esposa de um magistrado brasileiro na lista de penalidades divulgada na última semana.

    Bessent reforçou que as medidas buscam atingir diretamente pessoas ligadas a processos considerados antidemocráticos ou violadores de direitos humanos. Ele destacou que instituições financeiras brasileiras também poderão sofrer consequências caso mantenham relações comerciais ou operacionais com pessoas sancionadas.

    “Nós não hesitaremos em ampliar as sanções. Qualquer autoridade brasileira envolvida poderá ser responsabilizada, e bancos que insistirem em facilitar movimentações dessas pessoas também enfrentarão punições”, declarou o secretário.

    Alvo das medidas

    As sanções recentes recaíram sobre Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que vem sendo criticado por sua atuação em processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O Tesouro aplicou a chamada Lei Magnitsky, instrumento legal que permite punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.

    Questionado sobre os motivos de incluir a esposa do magistrado, Bessent recorreu a uma metáfora:

    “Não há Clyde sem Bonnie”, disse, em referência ao casal de criminosos norte-americanos dos anos 1930, sugerindo cumplicidade indireta.

    Impactos e repercussões

    A fala elevou a tensão diplomática entre Brasília e Washington. Autoridades brasileiras classificaram a medida como ingerência em assuntos internos e avaliam uma resposta institucional. Analistas políticos alertam que as sanções podem agravar a crise econômica e ampliar o isolamento de membros do Judiciário e do Executivo ligados às investigações contra Bolsonaro.

    Especialistas em relações internacionais também apontam que o alerta do Tesouro americano tem como objetivo pressionar o sistema financeiro brasileiro, ampliando os efeitos das restrições para além das pessoas físicas atingidas.


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