Tagliaferro diz que Moraes montou “mutirão de perseguição à direita” no TSE

    24/09/2025 18h57 - Atualizado há 2 dias

    O perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que o ministro fez um “mutirão de perseguição à direita” quando presidiu a Corte, entre 2022 e 2024.

    Em audiência na Câmara nesta quarta-feira (24), ele relatou a deputados que perfis conservadores eram monitorados e derrubados em redes sociais por orientação de servidores e integrantes de comissões internas do TSE.

    Segundo Tagliaferro, os pedidos de derrubada de perfis eram feitos em reuniões com as empresas de rede social e softwares de comunicação. “Eles [servidores] participavam constantemente das reuniões no TSE e sempre era cobrado celeridade para que o pedido do Alexandre de Moraes fosse realizado, caso contrário, eles eram ameaçados com a possível derrubada da plataforma”, declarou Tagliaferro.

    Entre os colaboradores de Moraes, Tagliaferro citou Gisele Siqueira, ex-secretária de Comunicação; Dario Durigan, ex-diretor de Políticas Públicas do WhatsApp e atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda; José Levi do Amaral Júnior, ex-secretário-geral do TSE na gestão de Moraes; e Adaíres Aguiar, da Secretaria de Transporte do TSE.

    Tagliaferro isentou Disney Rosseti, delegado da Polícia Federal e ex-diretor da Polícia do TSE, a quem descreveu como “ovelha negra” por não participar das supostas práticas de perseguição.

    A oitiva ocorre, nesta tarde, na Subcomissão Especial sobre o Combate à Censura, vinculada à Comissão de Comunicação, a pedido do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). É a terceira vez em poucas semanas que Tagliaferro presta depoimento ao Congresso sobre o período em que integrou a Assessoria Especial de Combate à Desinformação (AEED) do TSE.

    No depoimento, ele voltou a fazer duras críticas a Alexandre de Moraes. “Quem está destruindo toda nação e o Estado Democrático de Direito é o próprio Alexandre de Moraes. Ele fez toda uma manipulação, não só processual, mas uma manipulação de mídia e uma perseguição nas redes sociais pra fazer com que ficasse de acordo com o ideal dele”, declarou.

    Tagliaferro afirmou que todo o material que tem apresentado no Congresso — conversas em aplicativos e ordens internas — foi periciado e certificado pela Polícia Federal. Em 3 de setembro, ele compareceu à Comissão de Segurança Pública do Senado e relatou perseguições políticas e ao menos uma fraude em processos conduzidos pelo ministro. Mas os 149 documentos entregues pelo delator não foram divulgados na íntegra porque envolvem investigações sob sigilo.

    Durante a fala, o ex-integrante da AEED também ressaltou que não apenas lideranças políticas, mas empresários brasileiros têm sido alvo de perseguição, citando nominalmente Luciano Hang, vítima de medidas arbitrárias e de ataques sistemáticos. Ele destacou que a criminalização de empresários e lideranças que ousam expressar opinião pública é um grave sinal de retrocesso democrático, prejudicando a liberdade de expressão, a segurança jurídica e o ambiente de negócios no Brasil.

    Tagliaferro foi denunciado em agosto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por violação de sigilo funcional, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Alegando perseguição, buscou o exílio na Itália.


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