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18/07/2022 às 10h58min - Atualizada em 18/07/2022 às 10h58min

LUCIANO HANG: ‘Estamos desacelerando crescimento por causa do cenário político’

HAVAN DESACELERA POR CAUSA DA POLÍTICA

À frente da Havan, varejista com faturamento anual previsto de R$ 15 bilhões, Luciano Hang prevê inaugurar só duas novas lojas neste ano – a de número 173 abrirá as portas no próximo dia 23, em Maceió. E ele afirma que o cenário político está por trás dessa cautela. “O empresário, para investir, precisa ter visão a longo prazo e confiança no futuro. Problemas como a pandemia, a guerra na Ucrânia, a inflação e a alta da taxa de juros são momentâneos, mas um caminho político errado pode ser eterno”, diz o empresário, conhecido por ser um ferrenho apoiador do presidente Jair Bolsonaro.


Essa aproximação política, aliás, chegou a ser vista como um risco por investidores que analisaram o processo de abertura de capital do grupo, no ano passado. Hang acabou engavetando o projeto, em um momento em que o mercado se fechava para novos IPOs. Pergunto como ele viu isso: “Desde o começo, eu dizia que seria um ativista político sem partido e sem candidato de estimação”. Acompanhe, a seguir, a entrevista que ele deu à coluna, e na qual falou também sobre alta de juros e inflação e comércio eletrônico.


Como o sr. vê hoje o varejo no Brasil com alta da inflação e dos juros?


A alta dos juros e da inflação corrói a capacidade de compra do consumidor e acaba afetando as vendas, mas a Havan, sendo uma empresa de 36 anos, já passou por tempos parecidos, e até piores. Sabemos como trilhar esses caminhos, sempre buscando produtos que caibam no orçamento dos clientes. No primeiro semestre de 2022, a Havan cresceu 25% e tivemos recorde de vendas e de lucro.


E o que é pior para esse mercado – a inflação ou os juros altos?


Os dois são terríveis para o mercado de varejo, mas o Brasil já está acostumado. Vejo que outros países, onde não existiu inflação por muito tempo e nem juros altos, estão passando por uma situação muito pior do que a do Brasil. Conversando com amigos meus em diversas partes do mundo, vejo que eles não sabem o que fazer e como proceder com o aumento de preços e com a alta de juros. O Brasil, novamente, está preparado, pois foi um dos primeiros a aumentar os juros e está vendo a inflação estagnar. Nós tomamos, no momento certo, as medidas certas e aumentamos as taxas de juros. O que vimos hoje, neste mês de julho, é uma tendência de baixar a inflação e a taxa de juros e aumentar o PIB no Brasil, diferentemente de outros países no mundo que perderam a mão de controlar a inflação através de política monetária. O Brasil saiu na frente mais uma vez e os dados estão aí para comprovar.


Ano passado, o sr. planejou a abertura de capital da sua empresa. Mas acabou recuando, alegando que aquele não era o melhor momento. Hoje, o sr. já vê possibilidade de voltar ao mercado e abrir capital?


Na época, percebemos que o mercado estava piorando. Tomamos a decisão acertada em parar o processo. A Havan é uma empresa de alto crescimento, forte geração de caixa e ótimo lucro, ou seja, não precisa abrir capital para continuar crescendo. O que vimos naquele momento, em 2020/2021, era uma oportunidade de antecipação de investimento para aumentar ainda mais a velocidade do nosso crescimento. Seguimos crescendo de maneira solo, como estamos fazendo há 36 anos.


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