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11/02/2023 às 12h14min - Atualizada em 11/02/2023 às 12h14min

POLÊMICA: material para alunos de 6º ano mostra “mentalidade rica” e “pobre”

Por Mariah Aquino

Um material de apoio para a disciplina de educação financeira na rede estadual do Paraná tem gerado repercussão pela abordagem adotada. O texto apresenta as diferenças entre pessoas com “mentalidade rica” e “mentalidade pobre” para alunos do sexto ano, com 11 anos de idade.

O sindicato de professores e funcionários de escolas do Paraná (APP Sindicato) usou as redes sociais para repudiar a forma como o assunto é tratado nos slides. “Estigmatização da pobreza. Glorificação do dinheiro. Total ignorância sobre a realidade dos estudantes da escola pública. Redução da abissal desigualdade do país a uma questão de mérito individual”, escreveu a instituição.

Os slides divulgados mostram uma tabela comparativa que atribui a quem tem “mentalidade rica” características positivas como “vê as adversidades como aprendizado”, “faz o dinheiro trabalhar”, “assume os próprios erros” e “foca nas oportunidades”. A pessoa com “mentalidade pobre”, por sua vez, aparece como quem “vê as adversidades como insuperáveis”, “trabalha pelo dinheiro”, “culpa os outros e o governo” e “foca nas adversidades”.

O material ainda afirma que a diferença entre as duas categorias é que “as pessoas com mentalidade rica levam a sério o dinheiro e entendem os fatores relacionados às suas finanças pessoais. Em contrapartida, as pessoas de mentalidade pobre não levam a sério nem a matemática básica”. O texto termina com um questionamento: “a pergunta mais importante que deve responder a si mesmo é: para onde a sua mentalidade financeira atual está te levando?”.

“A ilusão de que é possível sair da miséria por meio da força de vontade. Ideologia de herdeiro, autoajuda barata e coach quântico substituindo as ciências sociais e o debate sobre as raízes da pobreza. A profundidade de um pires”, escreveu a conta do APP Sindicato nas redes sociais.

De acordo com a secretaria, o material foi elaborado por um professor e não representa a visão da pasta sobre educação financeira. A instituição afirma ter aberto um processo administrativo para apurar o caso e removido o material da plataforma. “A ideia é educar financeiramente os alunos. Não rotulamos, julgamos ou dividimos as pessoas”, escreveu a secretaria.

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