A cidade de Criciúma, localizada em Santa Catarina, foi palco de um acontecimento angustiante: uma menina de 11 anos foi vítima de sequestro no bairro Pio Corrêa. O caso chocou a comunidade local e reacendeu o debate sobre segurança e proteção infantil.
De acordo com informações fornecidas pelo delegado Anselmo Cruz, titular da Divisão de Roubos e Antissequestro (DRAS) e da Diretoria de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Santa Catarina, a vítima foi mantida em condições extremamente difíceis.
Confinada por 24 horas em porta-malas de três veículos diferentes, circulando por diversos locais, incluindo o estado vizinho do Rio Grande do Sul, a menina enfrentou momentos de extremo medo e incerteza.
Apesar de não ter sofrido agressão física, a menina foi ameaçada de morte e mantida vendada e amordaçada. A crueldade do caso atingiu níveis ainda mais alarmantes com a constatação de que ela ficou sem se alimentar e teve apenas duas oportunidades para fazer suas necessidades fisiológicas. Ao final do pesadelo, ela foi abandonada na cidade de Três Cachoeiras (RS), com mãos e pés amarrados com fita-lacre.
O aspecto financeiro também teve um papel importante no crime. Os sequestradores exigiram um resgate de R$ 11 milhões, dando à família um prazo de 72 horas para o cumprimento da demanda. As ameaças incluíram enviar partes do corpo da vítima caso o caso fosse noticiado ou se houvesse qualquer prisão.
No entanto, em meio a esse cenário aterrador, a coragem e a maturidade da menina chamaram a atenção das autoridades. “Ela se manteve firme e serena e foi impressionante, pois lidamos com adultos extremamente abalados nessa situação. O pai já havia nos falado que, apesar da idade, ela era bastante madura”, observou o delegado Cruz.
A investigação preliminar descartou outras motivações para o crime, confirmando que a ação foi uma extorsão mediante sequestro com o objetivo único de obter dinheiro.