Gleisi Hoffmann, atual ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, é uma figura polêmica dentro do cenário político brasileiro.
Com uma carreira marcada por cargos de relevância no Partido dos Trabalhadores (PT), incluindo sua atuação como senadora e presidente da legenda, Gleisi também acumula um histórico de críticas e investigações que colocam sua reputação em xeque.
Durante as investigações da Operação Lava Jato, Gleisi Hoffmann foi citada em delações premiadas como beneficiária de recursos irregulares para sua campanha ao Senado em 2010. Segundo os delatores Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, sua campanha teria recebido R$ 1 milhão em propina oriunda de esquemas de corrupção na Petrobras.
Apesar das acusações, Gleisi foi absolvida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018 por falta de provas conclusivas.
Outro episódio polêmico envolvendo seu nome surgiu com a divulgação das planilhas da Odebrecht, nas quais ela aparecia com os codinomes "Amante" e "Coxa".
Esses apelidos supostamente eram utilizados para identificar políticos que recebiam repasses financeiros da empreiteira. Gleisi sempre negou qualquer envolvimento com a empresa e afirmou ser vítima de perseguição política. Vale destacar que não houve condenação formal baseada nessas informações.
Recentemente, a nomeação de Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais gerou uma nova onda de polêmicas. Durante o anúncio, o presidente Lula referiu-se a ela como uma "mulher bonita" e sugeriu que sua presença no cargo poderia facilitar a relação do governo com o Congresso.
A declaração foi duramente criticada por parlamentares da oposição, que a consideraram machista e desrespeitosa. Em resposta, Gleisi rebateu os ataques e classificou as críticas como "machistas e misóginas".
A nomeação de Gleisi também foi interpretada por analistas políticos como um movimento que isola o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Defensora de uma linha mais intervencionista na economia, sua presença no governo pode indicar uma inflexão nas políticas de austeridade fiscal, algo que preocupa o mercado financeiro.
Enquanto Gleisi segue acumulando aliados e desafetos, sua influência no governo Lula permanece significativa. No entanto, as críticas e os escândalos do passado continuam a assombrar sua imagem pública, mantendo-a no centro das controvérsias políticas nacionais.