Parte dos manifestantes que acompanharam a sessão da Câmara de Vereadores de Brusque nesta terça-feira, 29, em apoio à vereadora Marlina Oliveira (PT) eram de fora da cidade. A reunião teve que ser interrompida duas vezes por interrupções do público. Conforme apurado por O Município, eles vieram de ônibus até Brusque.
Marlina é alvo de um pedido de cassação, acusada de quebra de decoro parlamentar pelo ex-diretor-presidente do Samae Luciano Camargo. O motivo são as acusações feitas pela vereadora na tribuna da Câmara, citando diretamente Camargo, Jones Bosio (presidente do PTB local) e outros ligados ao Samae.
Na sessão foi votada ainda a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias contra a autarquia. O requerimento, de autoria de Marlina, foi rejeitado e contou com apenas três votos favoráveis, da autora e dos vereadores Ivan Martins (União) e Rogério dos Santos (União).
Mal-estar nos bastidores:
A presença dos manifestantes de fora da cidade, identificados com camisetas e bonés do PT e de movimentos simpatizantes, causou polêmica e estranheza entre os vereadores nos bastidores. O motivo, conforme apurado pela reportagem, é que eram pessoas de fora da cidade protestando contra fatos que, para os parlamentares, só dizem respeito à população de Brusque.
Conforme apurado pela reportagem, o ato não foi levado a sério por vereadores da base do governo. De acordo com uma fonte da Câmara, que prefere não se identificar, a percepção que ficou entre os parlamentares é de que Marlina “teve que trazer gente de fora, pois não possui apoio orgânico em Brusque”.
Além disso, a postura dos manifestantes também não agradou os vereadores. Ainda segundo a fonte, a impressão deixada também sobre o ato é que “a manifestação não passou de um pretexto para irem tumultuar, ofender e intimidar os vereadores”, completou.
Outras informações de bastidores dão conta que os manifestantes vieram de cidades como Palhoça, Biguaçu, Balneário Camboriú e da capital Florianópolis.
“Foi um circo”, diz Simas:
O presidente da Câmara, Alessandro Simas (sem partido), foi procurado para se manifestar sobre o assunto. Simas criticou as manifestações e acusou que as pessoas vieram de ônibus ao local patrocinadas por alguma instituição ou pelo partido.
“A questão Samae estava em segundo plano. O foco das pessoas que aqui vieram, algumas de Brusque, mas a maioria em um ônibus de fora, patrocinadas não sabemos por quem, com faixas ‘Lula isso, Lula aquilo’, fez com que ficássemos preocupados em relação à condução dos trabalhos”, afirma.
Além disso, o presidente do Legislativo fez ainda duras críticas ao protesto, e comentou que a cassação do mandato da vereadora sequer estava em pauta na sessão desta terça-feira.
“Tentamos conversar e dialogar para que houvesse respeito. A casa legislativa tem regras e nós tomamos as medidas. A forma em que eles se manifestam, falando, aplaudindo e berrando, fere o regimento e não é permitido. Foi um circo”, complementa Simas.
*Fonte O Município