A diretora de Administração, Finanças e Pessoas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Sabrina Soares, pediu exoneração do cargo. Ela comunicou a decisão em carta enviada ao ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, com cópia ao presidente da estatal, Jean Lima.
Servidora de carreira do governo do Distrito Federal e ex-integrante do Ministério da Saúde, Sabrina ocupava o cargo havia dois anos. Na carta, datada de terça-feira (4), ela cita medidas adotadas entre 2024 e 2025 como fatores determinantes para sua saída.
Segundo a ex-diretora, a estatal passou a ser tratada como “estorvo” pelo governo federal. Diretores da empresa estariam atuando sem respaldo da Secom, tentando manter as operações sob desconfiança constante e sem apoio orçamentário.
Sabrina apontou o aumento das despesas da estatal com a cobertura jornalística de eventos e viagens do presidente Lula, que já realizou 49 viagens internacionais e deve visitar o Canadá em breve. Os custos com deslocamentos cresceram 50%, segundo ela.
A criação da TV Brasil Internacional também foi citada como fator de pressão orçamentária, devido à contratação de profissionais terceirizados e aquisição de tecnologia.
Ela criticou ainda a compra dos direitos de transmissão da Série B do Campeonato Brasileiro e a exibição de uma novela importada, despesas que, segundo a carta, foram aprovadas apesar de alertas contrários.
No trecho final do documento, que circula internamente na EBC, Sabrina afirma:
“Percebendo que os problemas orçamentários se agravarão diante das agendas presidenciais cada vez mais frequentes e pelas urgências de manutenção das estruturas e equipamentos da empresa, e sabendo ainda que tenho profissionalmente muito a perder empenhando minha reputação profissional em um projeto que parte importante do governo não deseja que se desenvolva, peço a minha exoneração (…)”.
A emissora elevou o valor do contrato de Cissa Guimarães, apresentadora do programa “Sem Censura“. O salário mensal da ex-atriz da global que se juntou à EBC no início do governo Lula, passou de R$ 70 mil para R$ 100 mil.