Ministro ironizou advogado de Filipe Martins, afirmando que ele deveria ter feito concurso para Ministério Público
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu o advogado Jeffrey Chiquini durante uma audiência nesta segunda-feira (13) sobre as ações penais da suposta trama golpista. Moraes disse a Chiquini que ele deveria ficar “quieto” enquanto o ministro falasse e que não deveria “tumultuar” a sessão.
Jeffrey Chiquini defende o ex-assessor presidencial Filipe Martins e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, réus em dois dos núcleos investigados. A situação aconteceu quando Chiquini fez questionamentos antes do início da audiência do tenente-coronel Mauro Cid, que seria ouvido como informante após ter feito um acordo de delação premiada.
O advogado questionou o grande volume do material disponibilizado às defesas na semana passada, alegando que não houve tempo hábil para analisar todos os dados. Moraes começou a explicar que esses elementos não interferem na audiência de Cid, mas Chiquini insistiu no ponto.
“Enquanto eu falo, o senhor fica quieto. Não vamos tumultuar, doutor”, afirmou Moraes.
Em outro momento, o ministro declarou que Chiquini “deveria ter prestado concurso para o Ministério Público”, após o advogado questionar o fato de Filipe Martins não ter sido incluído no primeiro núcleo da denúncia. “Não é o senhor que vai ditar se a PGR deve denunciar seu cliente no núcleo um, dois ou três”, concluiu Moraes.