Uma análise de postagens nas redes sociais de meio milhão de pessoas, entre 16 e 30 anos, mostra que os jovens brasileiros abandonam o ideário esquerdista com a chegada da idade. Mais velhos, tornam-se mais lúcidos, céticos e tendem à direita.
Os dados indicam que o esquerdismo é mais popular (45%) entre 16 e 18 anos.
Entre os 19 e 24 anos, vai perdendo tração (33,7%) e despenca entre 25 e 30 anos (18,9%). Nessa faixa etária, o sujeito tende ao ‘centro’ (27,4%) e à direita (17,6%), tornando-se especialmente desiludido com a política (25,2%).
A dinâmica é bastante óbvia: sem experiência e conhecimento, o jovem se deixa seduzir facilmente pelo discurso utópico das lideranças de esquerda. Com o passar dos anos, a realidade se impõe de forma brutal (trabalho, família e objetivos pessoais) e desfaz a farsa.
“Os dados revelam uma mudança progressiva de interesses conforme os jovens avançam na idade. As menções a temas como estudos, saúde mental, política e trabalho acompanham o ciclo de vida e o amadurecimento das responsabilidades”, diz Marcelo Aguiar, diretor-geral da FAP.
Vale ressaltar que boa parte da desilusão e da apatia com a política, identificada na pesquisa, é fruto da frustração.
Por outro lado, jovens formados com uma visão prática da vida e valores estruturados, conseguem lidar muito melhor com suas exigências. Normalmente, tornam-se adultos produtivos e realizados, contribuindo para uma sociedade saudável.
Tanto que o segmento da direita mantém patamar semelhante nas duas faixas etárias da vida adulta (21,8% e 17,6%). O que a pesquisa faz é confirmar a tese de Edmund Burke, pai do conservadorismo moderno, que elegeu o ceticismo como seu pilar.
O que a pesquisa chama de transição ao “centro” é apenas o clássico movimento de perda das ilusões. Nesse caso, a conclusão da pesquisa ignora que o centro é apenas direita, que prioriza o trabalho (meritocracia), a família (vida e propriedade) e os objetivos pessoais (liberdades individuais).
No fim das contas, quem sai da juventude e permanece de esquerda não amadureceu, ou é um adulto frustrado ou um canalha que se beneficia da manipulação dos jovens. Repare na insistência da esquerda no voto ao 16 anos — enquanto resiste à redução da maioridade penal — e nas campanhas massivas do TSE pelo título de eleitor a adolescentes.
A pesquisa ‘O que pensam os jovens brasileiros’ foi encomendada pela FAP (Fundação Astrogildo Pereira, do PPS) à consultoria AP Exata, e monitorou 500 mil postagens no X, no YouTube, Threads, Instagram e Facebook de usuários espalhados por 145 cidades em todos os estados.