“Homem foi preso por tweet de 2018 contra Lula”

    07/08/2025 19h54 - Atualizado há 10 horas

    “Gabinete paralelo” do TSE teria perseguido inocentes com apoio do STF

    Durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara, o jornalista David Ágape disse que idosos, moradores de rua e até crianças foram presos de forma arbitrária no dia seguinte aos atos do 8 de janeiro, com a justificativa de envolvimento com atos antidemocráticos.

    O jornalista chamou atenção para um caso simbólico, em que um cidadão que trabalhava no acampamento, que sequer era bolsonarista, mas acabou sendo rotulado como antidemocrático por um tweet antigo.

    “Foi carimbado como antidemocrático apenas por um tweet de 2018 sobre Lula. Um tweet sem curtidas, sem visualizações, de um perfil sem seguidores”, relatou.

    Segundo ele, a operação foi conduzida por um “gabinete informal” subordinado a Alexandre de Moraes e atuava com critérios ideológicos e sem respaldo jurídico.

    “Essas pessoas foram enganadas pela polícia, que disse que iria levá-los para casa, para a rodoviária. Chegaram ônibus e elas acreditaram nas forças armadas, mas foram todas levadas para a prisão”, disse Ágape, ao relatar o caso de centenas de manifestantes pacíficos que estavam acampados no QG do Exército, longe do Congresso, e que não participaram de nenhum ato violento no 8 de janeiro.

    Ágape afirmou que o grupo responsável pela coleta dessas informações pessoais e ideológicas era comandado pela servidora Cristina Kusahara, cedida ao STF, e apontada como braço direito de Alexandre de Moraes desde o inquérito das fake news.

    Ainda segundo o jornalista, o núcleo que atuava via grupos de WhatsApp reunia integrantes do TSE, STF e da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação.

    Ele pontuou que, após o fim do período eleitoral e com Lula já empossado, o TSE não tinha mais qualquer prerrogativa de investigação criminal. Mesmo assim, Moraes nomeou Eduardo Tagliaferro, do AAED, para investigar os presos políticos, ampliando a perseguição ideológica por meio de estruturas que deveriam ter se dissolvido com o encerramento do processo eleitoral.

    “O nome do grupo era ‘Audiência de Custódia’, mas existiam diversos grupos paralelos para investigação. Não era só aquele”, finalizou Ágape.


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