O jornalista investigativo David Ágape afirmou nesta semana, em depoimento à Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado, que o empresário Luciano Hang, fundador da rede Havan, foi alvo de censura injustificada durante as eleições de 2022. Segundo o jornalista, Hang teve suas redes sociais restritas por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar de não ter cometido nenhuma manifestação de apoio a golpe de Estado.
David Ágape, conhecido por sua participação no Twitter Files Brasil — investigação que revelou trocas entre plataformas digitais e autoridades brasileiras —, apontou que o nome de Hang foi incluído em bloqueios com base em mensagens de terceiros, supostamente ligadas a grupos de WhatsApp, nas quais se dizia: "prefiro um golpe de Estado do que a eleição do Lula". No entanto, de acordo com o jornalista, não há evidências de que o empresário tenha feito tal declaração.
“Luciano Hang foi censurado não por algo que ele disse, mas por algo que alguém disse em um grupo do qual ele participava. Isso não é justiça, é perseguição política”, declarou Ágape diante dos senadores.
A fala de Ágape reforça a crescente preocupação com o uso de decisões judiciais para cercear a liberdade de expressão e o debate político. Ele ainda citou o caso como emblemático do avanço da censura digital promovida por setores do Judiciário em parceria com plataformas de tecnologia.
O caso reacende o debate sobre os limites da moderação de conteúdo, o papel do Judiciário nas redes sociais e a necessidade de transparência nas decisões que afetam a liberdade de expressão de cidadãos brasileiros, especialmente em períodos eleitorais.
*Foto de 2022