Hugo Motta expõe contradições e se apequena diante do STF e do governo

Por Faroso

    14/08/2025 20h21 - Atualizado há 3 horas

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), mostrou nesta quinta-feira (14) que sua liderança à frente da Casa tende mais à submissão do que à defesa das prerrogativas parlamentares. Ao declarar que “não há sentimento” para aprovar uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 — medida defendida pela oposição como parte de um “plano da paz” para pacificar o país — Motta deixou claro que prefere seguir a linha de conveniência ditada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Executivo, em vez de assumir a responsabilidade de conduzir um debate independente.

    Mais grave ainda foi a tentativa do deputado de dourar a pílula ao propor um “projeto alternativo” apenas para revisar “penas exageradas” impostas pelo STF. Na prática, Hugo Motta repete a estratégia de sempre: posar como mediador, mas sem enfrentar de fato os abusos e arbitrariedades cometidos pelo Judiciário. Ao falar em “sentimento médio” da Câmara, o parlamentar escancara o vazio de uma liderança que se move apenas conforme a pressão política, sem coragem de assumir posição firme diante de um país dividido.

    A contradição se aprofunda quando Motta admite não ver dificuldade em “conversar com o Executivo e o Judiciário” sobre o tema. Mais uma vez, o presidente da Câmara reduz o papel do Legislativo a um coadjuvante, abrindo mão de sua função constitucional de contrapeso. Enquanto o Brasil vive sob o impacto das sanções aplicadas pelos Estados Unidos, a discussão da anistia virou peça-chave no xadrez político, mas Hugo Motta prefere tergiversar, tentando agradar a todos e não satisfazendo ninguém.

    Ao se esconder atrás de discursos ambíguos, Hugo Motta dá sinais de que sua gestão poderá ser lembrada como a de um presidente da Câmara incapaz de enfrentar as pressões externas e internas. Sua fala soa mais como cálculo de sobrevivência política do que como defesa da democracia. No momento em que o Parlamento deveria reafirmar sua independência, o deputado paraibano prefere a neutralidade conveniente, que na prática se transforma em omissão.


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