A mais recente pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, divulgada nesta quinta-feira (14), expõe a crise de credibilidade que atinge o Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento revela que 51,3% dos brasileiros não confiam na Corte, contra 48,5% que ainda demonstram confiança — um empate técnico, mas com tendência de desgaste para o tribunal.
O dado reforça uma percepção que já vinha crescendo desde o início do ano: a de que o Supremo, longe de ser um árbitro imparcial da Constituição, passou a atuar de forma política, acumulando poderes e intervindo em esferas que antes eram exclusivas do Executivo e do Legislativo.
O descrédito não se restringe à instituição. Todos os 11 ministros do STF apresentam imagem negativa, segundo a pesquisa. Alexandre de Moraes, protagonista de decisões polêmicas e alvo de sanções internacionais, é o que aparece melhor avaliado — ainda assim, dividido entre 49% de imagem positiva e 51% negativa. Luís Roberto Barroso amarga 36% de aprovação contra 53% de rejeição. Edson Fachin, 32% contra 48%.
Na prática, nenhum ministro consegue se sustentar como liderança de credibilidade nacional. A crise de confiança é generalizada e escancara o abismo entre a Suprema Corte e a opinião pública.
O levantamento também abordou a percepção dos brasileiros sobre os atos de 8 de janeiro de 2023. A maioria (62,3%) classificou as invasões como injustificáveis. No entanto, 51,1% consideraram exageradas as penas acima de 15 anos aplicadas a réus — um recado direto de que a população rejeita tanto os atos de vandalismo quanto os abusos punitivos do Judiciário.
Os números mostram que o STF caminha isolado, sem respaldo da sociedade que deveria representar. O discurso de “defesa da democracia” repetido pelos ministros não convence mais: o brasileiro enxerga parcialidade, perseguições políticas e decisões que ultrapassam os limites constitucionais.
Com ministros rejeitados e maioria da população desconfiando da Corte, o Supremo enfrenta seu maior desgaste desde a redemocratização. A pesquisa confirma o que já se percebe nas ruas: para muitos, o STF deixou de ser um guardião da Constituição e se transformou no principal agente de instabilidade institucional do país.