A escalada de ataques verbais e institucionais do governo Lula, reforçada por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), contra os Estados Unidos pode colocar o Brasil em rota de colisão com a maior potência econômica e militar do planeta. Se esse caminho for mantido, as consequências podem ir muito além da retórica, afetando diretamente a economia nacional e o ambiente político interno.
A relação Brasil-EUA sempre oscilou entre proximidade e desconfiança, mas nos últimos meses o tom de hostilidade se intensificou. O Planalto insiste em adotar um discurso de enfrentamento, enquanto ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes e Flávio Dino, ensaiam decisões que atingem diretamente interesses de empresas e bancos americanos. Essa postura, no entanto, pode custar caro.
Diplomatas alertam que a paciência de Washington tem limites. Uma vez caracterizado o Brasil como ator hostil, os EUA podem reduzir drasticamente sua cooperação bilateral em áreas como segurança, tecnologia e comércio.
O maior risco está no campo econômico. Os Estados Unidos têm meios para impor sanções que afetariam o Brasil de forma imediata: tarifas contra produtos estratégicos, restrições a investimentos e até bloqueio de ativos de autoridades e empresários. O efeito cascata seria devastador: alta do dólar, fuga de capitais, retração de exportações e aumento da desconfiança internacional em relação ao país.
O agronegócio, que depende do mercado americano e de insumos dolarizados, seria um dos primeiros setores a sentir os impactos. Multinacionais instaladas no Brasil também sofreriam pressão, já que suas matrizes dificilmente arriscariam comprometer negócios bilionários nos EUA.
O envolvimento do STF nesse embate agrava ainda mais o quadro. Ao adotar medidas vistas como afronta à soberania internacional e ao livre comércio, a Corte corre o risco de se desmoralizar perante organismos internacionais. O Judiciário, que deveria ser guardião da Constituição, se projeta no exterior como agente político-partidário, situação que gera insegurança jurídica e distancia investidores.
A estratégia de confrontar os EUA pode até alimentar a narrativa política interna do governo e de ministros do Supremo, mas dificilmente trará ganhos práticos. Ao contrário: ameaça mergulhar o Brasil em um atoleiro diplomático e econômico. O país, que já enfrenta dificuldades para crescer, corre o risco de se isolar no cenário internacional e perder competitividade em setores vitais.
Em meio a esse quadro, cresce a percepção de que Lula e o STF não medem as consequências de seus atos no xadrez global. O custo dessa imprudência, no entanto, não recairá sobre os tribunais nem sobre o Planalto, mas sobre o cidadão comum, que pode pagar com desemprego, inflação e instabilidade.