Alexandre de Moraes já começou a sentir os efeitos das sanções impostas pelo governo de Donald Trump. Um banco brasileiro bloqueou o cartão internacional de bandeira americana utilizado pelo ministro, substituindo-o por um cartão Elo — bandeira nacional e fora do alcance direto das restrições.
De acordo com a Folha de S.Paulo, ministros do STF e pessoas próximas a Alexandre de Moraes confirmaram a medida. O magistrado não se manifestou oficialmente, mas declarou à agência Reuters esperar que a situação seja resolvida por meio diplomático entre Brasil e Estados Unidos.
As sanções foram aplicadas com base na Lei Magnitsky, que autoriza os EUA a impor bloqueios de bens e restrições financeiras contra estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. O secretário de Estado, Marco Rubio, justificou a decisão apontando “graves abusos de direitos humanos”, citando as prisões preventivas consideradas arbitrárias, a censura a críticos políticos e ordens de bloqueio contra contas em redes sociais.
A repercussão aumentou após decisão do ministro Flávio Dino, que afirmou não terem validade no Brasil atos unilaterais de governos estrangeiros. Para ele, a aplicação dessas sanções dentro do território nacional configura “ofensa à soberania”.
O impasse, no entanto, coloca os bancos brasileiros em posição delicada: caso descumpram as restrições, podem sofrer punições do governo americano, como multas e limitações para operar nos Estados Unidos. Já a bandeira Elo, por atuar apenas no Brasil e estar vinculada a Banco do Brasil, Caixa Econômica e Bradesco, estaria menos vulnerável às pressões externas.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), órgão do Tesouro dos EUA, pode ainda ampliar as medidas contra Moraes, forçando instituições financeiras a adotar sanções mais duras. Enquanto isso, cresce a tensão entre acatar a determinação do Supremo ou se submeter às exigências de Washington.
