A fala do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta sexta-feira (5), caiu como uma bomba – e não apenas no sentido figurado. Ao defender que o Brasil “precisa se preparar para uma defesa nuclear”, o integrante do regime Lula trouxe à tona um debate que parecia enterrado: a utilização da energia atômica não apenas para fins civis, mas como ferramenta de soberania militar.
O problema é que, além de a Constituição brasileira proibir expressamente qualquer uso bélico da energia nuclear, a declaração soa como devaneio perigoso em um momento em que o país enfrenta dificuldades muito mais urgentes — da crise fiscal à paralisia da saúde pública. Para críticos, falar em bomba atômica neste cenário beira a irresponsabilidade.
Silveira chegou a dizer que “um país gigante pela própria natureza precisa de instrumentos de defesa nuclear”, insinuando que o Brasil deveria reavaliar, em algum momento, as restrições constitucionais. O discurso se soma ao estilo intervencionista e ideológico da atual gestão petista, que insiste em reviver agendas típicas da Guerra Fria, enquanto ignora problemas do dia a dia dos cidadãos.
Especialistas em segurança alertam que a ideia é inócua e impraticável: o Brasil não dispõe de estrutura, orçamento ou alianças internacionais que sustentem um programa bélico nuclear. Pior, uma iniciativa nesse sentido colocaria o país no radar de sanções internacionais, isolando-o politicamente.
A crítica mais dura, porém, recai sobre o aspecto ideológico. Ao aventar uma guinada militar atômica, Silveira reproduz um viés estatizante e esquerdista, que vê no Estado a solução para tudo, inclusive para fantasias de grandeza que lembram regimes autoritários.
Enquanto isso, a população segue sem respostas para temas centrais como segurança, saúde, educação e inflação. A retórica nuclear de Silveira soa, para muitos, como cortina de fumaça para esconder a falta de resultados concretos do governo.
Em resumo, a fala do ministro é mais que polêmica: é um delírio de poder, típico de quem confunde soberania com megalomania. E deixa uma pergunta incômoda no ar: até onde vai a irresponsabilidade política de uma gestão que, incapaz de resolver o básico, cogita brincar com urânio enriquecido?