A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 4 votos a 1, condenar Jair Bolsonaro e seus aliados em um processo que mais parece um espetáculo político do que um julgamento. Sob a roupagem de “defesa da democracia”, os integrantes da corte, com exceção de Luiz Fux, chancelaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República em sua totalidade, ignorando as fragilidades processuais e as nulidades gritantes apontadas pelas defesas.
O roteiro já estava escrito: Alexandre de Moraes e Flávio Dino abriram caminho sustentando teses sem provas consistentes, e logo foram seguidos por Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que apenas repetiram a narrativa oficial. As preliminares que demonstravam a incompetência do STF para julgar o caso, a nulidade processual e o cerceamento de defesa foram rejeitadas sumariamente, sem debate sério.
A corte, que deveria ser a guardiã da Constituição, preferiu reforçar a farsa de que teria competência ilimitada para julgar quem bem entende, atropelando garantias básicas do devido processo legal.
Cármen Lúcia e Zanin ainda validaram a delação premiada de Mauro Cid — uma peça visivelmente construída sob pressão, mais próxima de um roteiro de acusação do que de um depoimento espontâneo. Transformaram um delator desesperado em pilar de um processo que condena sem provas concretas.
O único a destoar foi Luiz Fux, que, mesmo sem romper totalmente com a lógica do tribunal, apontou divergências importantes e deixou claro que havia espaço para questionar a narrativa. Porém, sua posição solitária foi sufocada pela maioria, que já havia decidido de antemão pelo desfecho político.
O que se viu nesta quinta-feira (11/9) não foi justiça, mas uma encenação montada para destruir um inimigo político. O Supremo abandonou sua função constitucional para assumir de vez o papel de ator político. O 8 de Janeiro é tratado não como um episódio a ser apurado com rigor técnico, mas como justificativa para impor condenações forçadas.
Aos olhos da sociedade, fica claro: a pena não é contra os réus, mas contra a própria democracia, que foi sequestrada por um tribunal que julga com base em narrativas e interesses, e não na lei.