A escolha de Paulinho da Força como relator do projeto de anistia não é apenas uma ducha de água fria nos patriotas: é um tapa na cara de todos os brasileiros que foram às ruas exigir justiça.
O deputado, conhecido por sua ligação umbilical com os piores esquemas sindicais, de rolos com BNDES - que lhe renderam condenação de mais de 10 anos. livrado que foi por uma manobra de Alexandre de Moraes - e com a velha política fisiológica, foi colocado no posto justamente para fazer o jogo sujo que interessa ao Supremo Tribunal Federal e aos caciques do centrão.
A reportagem de O Globo escancara a trama: “Relator do PL da Anistia se reúne com Aécio Neves e Temer, em São Paulo, e foco do texto será reduzir penas do 8 de Janeiro” - não anistiar ninguem. Ou seja: um conchavo explícito entre velhos lobos da política — Aécio Neves, Michel Temer e Paulinho da Força — para satisfazer a corte suprema e o sistema que teme, acima de tudo, o povo nas ruas.
Não bastasse isso, o anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, mais um cúmplice nessa engrenagem que funciona para atender aos caprichos do STF. Motta não representa o povo: representa a submissão da Casa Legislativa ao poder desmedido dos ministros supremos.
A narrativa oficial é clara: Paulinho foi escolhido porque tem “perfil moderado e trânsito político”. Em bom português: foi escalado para produzir um texto covarde, que não enfrente a ditadura togada e que mantenha a perseguição política maquiada de justiça.
Em sua primeira entrevista, o relator teve o desplante de dizer que fará um projeto que não agradará “nem a extrema esquerda, nem a extrema direita”. A tradução é simples: o alvo continua sendo o bolsonarismo, rotulado de “extrema direita” para justificar a criminalização de um movimento popular legítimo. Patriotas injustamente presos e condenados serão mais uma vez humilhados por um Congresso submisso e por um STF sedento por vingança.
O discurso da “pacificação” não passa de cinismo. Não há pacificação quando se mantém a caça às bruxas em curso, quando se desrespeita a Constituição, quando se reescreve a história para transformar manifestantes em criminosos e um ex-presidente em inimigo público número um.
As condenações absurdas do 8 de Janeiro já cumpriram o papel encomendado: preparar o terreno para um julgamento político de Jair Bolsonaro, com a pena já antecipada pela narrativa — 27 anos de prisão. Agora, os articuladores podem até “aliviar” na dosimetria de alguns presos políticos, mas sem mexer no essencial: o carimbo de criminosos, a destruição de reputações e a legitimação de um regime de exceção.
Não por acaso, Aécio e Temer surgem nesse cenário. Dois nomes que simbolizam a política de bastidores, do balcão de negócios e da traição. Não estão ali por acaso: foram convocados porque sabem articular o tipo de acordo espúrio que mantém tudo como está, sem abalar o poder de quem hoje manda e desmanda.
Eis a verdade: o sistema quer Bolsonaro como fantasma, não como protagonista. Quer seus votos, mas não sua presença. Quer o apoio popular canalizado, mas sem a figura incômoda que representa uma ameaça real à ordem corrompida. O projeto de “anistia” que Paulinho e seus comparsas querem empurrar é justamente isso: um placebo, uma encenação para acalmar ânimos, enquanto o STF segue ditando as regras e esmagando a democracia.
Mas ainda resta um obstáculo: o povo. Os eleitores de Bolsonaro, que não aceitarão essa farsa, e até líderes internacionais, como Donald Trump, que já denunciou a perseguição política contra o ex-presidente brasileiro. O recado é claro: o sistema pode tentar manobrar, mas a verdade sempre encontra caminho.