A condução do PL da Anistia deixou ainda mais evidente a fragilidade da oposição no Brasil. Em vez de se apresentar como uma força organizada, capaz de reagir à pressão institucional e ao controle do sistema, o que se viu foi uma demonstração explícita de incompetência política e inocência infantil diante de um jogo já marcado.
Enquanto a base governista e o STF, através de interlocutores de confiança, ditavam o rumo da proposta, a oposição se manteve em um papel de plateia, acreditando piamente que haveria espaço para debate real. A indicação de Hugo Motta como articulador, operando sob o beneplácito do Supremo, já mostrava que a pauta jamais seria conduzida de forma equilibrada. Mas, ainda assim, a direita insistiu em se enganar, aceitando as regras impostas pelo adversário.
A ingenuidade em acreditar que o “sistema” permitiria uma anistia genuína é mais do que um erro tático: é um retrato da incompetência crônica que corrói a oposição. O enredo foi escrito antes mesmo da escolha do relator, com o Judiciário dando as cartas e o Congresso apenas cumprindo o script. A cada movimento, a oposição mostrou-se desarticulada, incapaz de se antecipar e de compreender a obviedade da manobra.
A direita brasileira, mais uma vez, mostrou-se incapaz de aprender com a realidade. Acreditou em falsas promessas, caiu em armadilhas políticas previsíveis e expôs sua total falta de liderança.
O resultado: o PL da Anistia caminha conforme os interesses do Supremo Tribunal Federal, e não da sociedade, enquanto a oposição segue batendo cabeça, incapaz de oferecer resistência minimamente eficaz.