O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, voltou a escancarar sua militância política neste domingo (21), ao exaltar manifestações organizadas pela esquerda contra o PL da Anistia e a PEC da Imunidade. Em um gesto que reforça o que há muito já se percebe — o STF convertido em verdadeiro partido público, subordinado aos interesses do regime petista — o magistrado enalteceu os atos como um “recado pela construção de um pacto nacional”.
Na prática, Mendes chancelou o que seus aliados políticos já vêm articulando nos bastidores: enterrar a anistia ampla, geral e irrestrita, exigida por milhões de brasileiros, e substituí-la por um arranjo de conveniência batizado de “PL da dosimetria”.
Em sua conta no X, Gilmar afirmou:
“Precisamos transformar essa energia democrática em um grande pacto nacional entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, comprometido com uma agenda de reconstrução e de futuro”.
A fala não esconde o alinhamento ideológico. Sob o pretexto de “reconstrução” e “pacto”, o que se vê é a imposição de uma agenda ditada pelo STF e pelo governo Lula, com o Congresso reduzido a carimbador de decisões previamente costuradas no gabinete dos ministros.
As manifestações tiveram o apoio de artistas e cantores ligados historicamente à esquerda. O objetivo foi claro: pressionar o Legislativo a desistir da anistia e aceitar a narrativa da “dosimetria”, isto é, reduzir as penas impostas aos condenados do 8 de Janeiro, mas sem jamais reconhecer que as condenações foram produto de um processo político e vingativo.
Mendes, ao “aplaudir” os atos, deixa claro que não age como juiz, mas como militante: endossa o movimento e o utiliza para legitimar a operação política de sufocar a anistia.
A mudança de rota do projeto — da anistia para a dosimetria — não se deu ao acaso. O relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), figura próxima de Gilmar Mendes, assumiu a tarefa de transformar a anistia em um arremedo de “redução de pena”. Ele próprio tem defendido que essa manobra seria capaz de “pacificar o país”, ecoando o discurso do STF.
Trata-se, porém, de mais uma encenação: uma “anistia envergonhada”, que na prática mantém a narrativa da criminalização da direita e do patriotismo.
As falas de Gilmar Mendes são apenas a confirmação pública daquilo que já se tornou escancarado: o STF deixou de ser corte constitucional para se tornar um braço político-partidário do PT. A toga virou palanque, e a imparcialidade, uma ficção.
Enquanto ministros se permitem aplaudir manifestações de esquerda e atacar de forma velada a direita, o Brasil assiste ao Judiciário assumir, sem pudor, a função de partido hegemônico, ditando as regras do jogo e transformando o país em refém de suas conveniências políticas.