Preocupados com o que chamam de incontinência verbal de Lula, petistas estão pedindo ao ex-presidente que tome mais cuidado com o que diz. Querem que ele se limite a relembrar os sucessos de seu governo, como poder de compra do trabalhador, e aos riscos que Jair Bolsonaro representa à democracia em seu discurso no sábado, quando será lançada sua pré-campanha à Presidência da República.
Lula não gostou. Ele tem se irritado com o que acha ser uma tentativa de tutelar seus discursos. A um interlocutor, o ex-presidente reclamou. Disse não ter entrado para a política agora para que lhe ensinem como falar.
A situação é delicada. Petistas e aliados avaliam ser cada vez mais frequentes as situações em que ocorrem as declarações desastrosas do ex-presidente.
De acordo com petistas e apoiadores do ex-presidente ouvidos pelo Bastidor, Lula corre o risco de jogar para o presidente Jair Bolsonaro o eleitor de centro. Embora rejeite o atual governo, avaliam petistas pragmáticos, esse eleitor rejeita ainda mais o que entendem ser o radicalismo de esquerda.
A avaliação dos mais pragmáticos é a de que Lula quer concorrer a presidente como representante de uma frente ampla sem se submeter ao escrutínio ou à desconfiança de diferentes setores da sociedade.
A irritação do ex-presidente, sempre que é confrontado com a crítica, também é motivo de preocupação. Acham que Lula pode afastar as críticas necessárias e atrair apenas bajuladores.
