O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viraram “garotos-propaganda” do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na sexta-feira 12, ambos os políticos promoveram uma feira organizada pelos militantes.
“Tenho orgulho de ter participado da campanha publicitária destes produtos”, afirmou Haddad, que não compareceu ao evento. Nas redes sociais, contudo, elogiou os objetos produzidos pelos membros do MST.
Já Alckmin foi saudado como “guerreiro do povo brasileiro”. Ele participou do evento, que ocorre no Parque da Água Branca, região oeste de São Paulo.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também participou da feira e afirmou que a pasta está com um plano emergencial para retornar com assentamentos a partir de maio.
O indicado de Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a diretoria de Políticas Monetárias do Banco Central, o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, já havia visitado o evento.
O que promovem Haddad e Alckmin?
MST Embrapa PE
Militantes do MST invadiram a sede da Embrapa em Petrolina (PE) em 15 de abril | Foto: Divulgação/MST
Desde o início deste ano, o grupo intensificou as invasões de terra. O objetivo é pressionar a gestão petista a nomear militantes para as superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O movimento já garantiu um lugar no chamado Conselhão de Lula.
Ao ser indagado sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, Alckmin disse que o trabalho do Legislativo não é “policialesco”. “Sou muito cauteloso com essa história da CPI”, argumentou o vice-presidente. “O trabalho do Legislativo é legiferante [de elaborar leis], e não policialesco. Já existem muitos órgãos de fiscalização.”