A primeira sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foi marcada por ataques contra o presidente da comissão, deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), e contra o relator, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP).
Em vez de usar seu tempo para falar sobre o MST, a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) decidiu citar uma investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) que incluiu Zucco no inquérito que apura as manifestações do 8 de janeiro. Por isso, o presidente da comissão teve de interrompê-la.
Nesta terça-feira, 23, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a Polícia Federal a investigar Zucco por supostamente incentivar e patrocinar ações “antidemocráticas” no Rio Grande do Sul e em Brasília contra o resultado das eleições de 2022.
Na tentativa de invalidar a atuação do ex-ministro Ricardo Salles na CPI, a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) alegou que ele é investigado por suposta extração ilegal de madeira e garimpo ilegal.
Tais acusações motivaram o vice-presidente da CPI, deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), a fazer uma questão de ordem. Ele alegou que nenhum parlamentar poderá se referir de forma descortês ou injuriosa a membros do Poder Legislativo.
“Invoco esse artigo para que se mantenha a ordem nesta comissão”, explicou Kataguiri. “O regimento prevê que um dos poderes da presidência da comissão é interromper o orador que se desviar da questão e adverti-lo.”
Salles respondeu Talíria dizendo que vai representá-la no Conselho de Ética da Câmara. “Alguns parlamentares da esquerda utilizam o discurso da democracia, mas, quando se comportam dessa forma, acham que têm uma espécie de licença poética para agredir os colegas e dizer barbaridades”, explicou Salles. “A declaração da deputada vai ser levada ao Conselho de Ética.”
Composta por 27 titulares e 27 suplentes, a CPI deseja apurar as invasões de propriedades privadas por do MST.