"O País do Carnaval já foi considerado o país das oportunidades. Hoje é um viveiro de oportunistas de picadeiro.
Há pouco mais de três anos, por exemplo, a paranaense Rosângela, a Janja da Silva, era namorada de preso. Hoje é primeira-dama.
Aos 20 anos, Dilma Rousseff militava num grupelho que achava possível derrubar à bala o governo militar, sepultar o regime capitalista e instalar a ditadura do proletariado. Hoje, a jovem assaltante de bancos é a sessentona que ganha uma fortuna por mês para presidir o Banco do Brics.
Ouvi pela primeira vez um discurso de improviso da Dilma Roussef no verão de 2010, quando Lula já decidira transformar em sucessora a chefe da Casa Civil. Fiquei atônito. Na forma, o palavrório era de desfile de frases sem começo, meio e fim, desentendimentos entre sujeito e predicado, plurais com "sss" amputados, verbos no infinito acaipirados pelo sumiço dos "rrr", reticências que anunciavam abruptas mudançad de rumo que também não chegariam a lugar nenhum, virgulas bêbadas atrapalhando o trânsito das palavras, fora o resto. No contexto, o falatório empilhava platitudes de debuntante e maluquices.
Das duas uma: ou eu me transformara numa cavalgadura ou aquela mulher era uma besta quadrada."
*Impichada, hoje ganho milhões por ano e só viaja de primeira classe. Como o Brasil pode ser levado a sério?
