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08/09/2024 às 12h06min - Atualizada em 08/09/2024 às 12h06min

Impeachment de Moraes ainda é distante

Os atos de 7 de setembro na avenida Paulista que pediram o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes foram marcados por duros discursos contra o supremo dos supremos.

Durante aproximadamente três horas, personagens como os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, chamaram Moraes de psicopata, tirano, mentiroso e criminoso.

Mas a pergunta que cabe neste momento é: essa mobilização terá condições de gerar um movimento pelo afastamento de Moraes? Tem-se, infelizmente, por difícil.

O número de pessoas que compareceu à avenida Paulista foi, de fato, substancial em comparação com outros eventos que criticaram atos do STF. Mas o número de pessoas nas ruas ainda é diminuto se comparado com a multidão que foi às ruas pedir pelo impeachment de Dilma Rousseff, por exemplo.

Após o desfile em Brasília e durante o evento na Paulista, Alexandre de Moraes e outros ministros do STF estavam com Lula no palácio da Alvorada, num convescote oferecido pelo Luiz Inácio aos amigos. Coluna do Estadão menciona que Lula, Moraes e outros, zombaram do atos em São Paulo, fazendo piadinhas e pouco se importando o que está acontecendo. É o sistema se blindando, longe ao extremo das ruas e desprezando o Povo..

“Psicopata”

Na manifestação deste sábado, o deputado Eduardo Bolsonaro disse que Moraes era um “psicopata” capaz de “jogar velhinhas em uma cadeia por anos apenas por capricho pessoal”; Nikolas afirmou que o magistrado é “um criminoso que usa dos seus poderes a qualquer preço para poder silenciar e calar e impedir que nós saibamos a verdade”; Malafaia declarou que o ministro deveria ir para a cadeia e por aí vai.

Já o ex-presidente adotou o tom mais duro desde quando começou a ser investigado pelo STF por suspeita de incentivar atos-antidemocráticos.

“Devemos botar freio, através dos dispositivos constitucionais, naqueles que saem, que rompem o limite das quatro linhas da nossa Constituição. E eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva.”

Manifestações continuarão

Os organizadores do ato deste sábado afirmam que ele é apenas o início de um processo que vai se desenrolar ao longo deste ano e de 2025.

Isso significa que essas mobilizações podem incentivar as pessoas a irem às ruas pedir pelo impeachment de um ministro de Supremo?

Há uma diferença cabal entre o impeachment de um presidente e de um ministro de STF.

A destituição de um presidente da República afeta o dia-a-dia do cidadão, o preço do tomate, o preço da gasolina; a destituição de um magistrado afeta questões até mais relevantes como o direito à liberdade individual ou de expressão. O problema é que esses direitos difusos ainda são muito distantes da realidade do brasileiro médio. Parece que o brasileiro não enxerga o que está acontecendo.

Tem mais um problema, e esse se chama Rodrigo Pacheco. Pacheco está fechado com o Supremo e com o Lula. Sabe que politicamente, precisa de Lula para tentar votos em Monas Gerais e quer ficar bem com os supremos ministros, pois, se politicamente as urnas o rejeitarem, sonha ainda com uma indicação ao STF. Sem contar, claro, que tem ações que podem lhe render milhões no Supremo Tribunal. É o Brasil sujo que se mostra.

Por isso, os atos de 7 de setembro podem ter sido uma fagulha. Mas para que ela se torne uma chama, a organização dependerá de um longo e penoso processo, que necessariamente precisará do Povo nas ruas.

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