Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro, questionou a suposta parcialidade do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento de seu cliente e de outros sete acusados de golpe de Estado. Segundo ele, o Supremo não permitiu que a defesa tivesse acesso à integralidade das mídias coletadas pela investigação da Polícia Federal, inviabilizando o trabalho dos advogados.
“Se eu não tenho a mídia completa, não seria o caso, nesse momento de preliminares, de solicitar a cadeia de custódia das provas?”, disse o advogado de Bolsonaro, indicando que o julgamento está pautado somente pelo que alega a acusação, sem possibilidade de a defesa realizar uma análise mais profunda.
O advogado afirmou que a defesa teve “dificuldade de acesso” aos documentos da denúncia, de mais de 45 mil arquivos. Segundo ele, “é um quebra-cabeça exposto à defesa”. Ele criticou que, embora tenha tido acesso aos autos da delação premiada, não teve acesso à íntegra das mídias utilizadas no inquérito.
Para Vilardi, o acesso somente ao relatório da Polícia Federal e à denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) refere-se ao “recorte da acusação”, enquanto “a defesa (também) tem o direito a fazer seu próprio recorte”.
Advogado de Bolsonaro também questiona a competência do STF em julgar o caso
Segundo Vilardi, o STF mudou a interpretação sobre a competência do STF para julgar o caso.
Para o advogado, ainda que o STF fosse considerado competente, o processo deveria ser analisado pelo Plenário, e não pela Primeira Turma, formada por Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.