Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou em 19 de março de 2025, que uma investigação contra Gilberto Kassab, presidente do PSD e atual secretário de Governo de São Paulo, retornasse à jurisdição do STF. Essa decisão ocorre em meio ao debate sobre a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
Kassab é investigado por corrupção passiva, caixa dois e lavagem de dinheiro, acusações originadas de delações no âmbito da Operação Lava Jato. Especificamente, ele é acusado de ter recebido R$ 350 mil mensais por meio de notas fiscais falsas e, em outra denúncia, de ter recebido R$ 28 milhões em troca de apoio político do PSD ao PT nas eleições de 2014.
A decisão de Moraes baseia-se em uma recente mudança de entendimento do STF sobre o foro privilegiado, que agora permite que autoridades sejam julgadas pela Suprema Corte mesmo após deixarem seus cargos, desde que os crimes investigados tenham sido cometidos durante o exercício da função e em razão dela.
Aliados de Kassab interpretam essa movimentação como uma forma de pressão para que o PSD não apoie projetos de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Lideranças bolsonaristas criticaram a decisão, sugerindo que ela seria uma tentativa de "ameaçar" Kassab e influenciar sua posição política.
Gilberto Kassab, além de sua atuação política, é conhecido por transitar entre diferentes correntes ideológicas, tendo ocupado cargos nos governos de José Serra, Dilma Rousseff, Michel Temer e João Doria. Atualmente, como secretário no governo de Tarcísio de Freitas, Kassab enfrenta pressões relacionadas à sua posição sobre a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.