EUA deve ampliar sanções e elevar tensão diplomática com o Brasil

    13/08/2025 20h20 - Atualizado há 21 horas

    Brasília/Washington – As relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos vivem um ponto de tensão inédito, agravado por decisões e discursos do próprio governo Lula que, segundo analistas, contribuíram para acirrar o clima hostil. A crise ganhou força em julho de 2025, quando o presidente Donald Trump elevou de 10% para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, citando desequilíbrios comerciais e a condução do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

    Washington já aplicou sanções ao ministro Alexandre de Moraes, sob a Lei Magnitsky, e impôs restrições de entrada a outras autoridades brasileiras. Nos bastidores, diplomatas apontam que o Planalto não demonstrou habilidade para conter a escalada, preferindo adotar uma postura de enfrentamento político em vez de buscar canais efetivos de diálogo.

    Falta de estratégia e retórica ideológica

    A proximidade de Lula com regimes como China, Rússia e Venezuela tem sido usada por Washington como argumento para endurecer sanções. O alinhamento com a retórica antiamericana em fóruns internacionais, somado à defesa incondicional do STF frente às acusações de abuso de autoridade, é visto por críticos como um erro estratégico que isolou o Brasil de um de seus principais parceiros comerciais.

    Parlamentares americanos aliados de Trump, como o deputado Eduardo Bolsonaro, articulam novas sanções contra autoridades brasileiras. O governo Lula, por sua vez, insiste em classificar as ações dos EUA como “interferência inaceitável”, mas sem apresentar um plano concreto para reverter tarifas ou retomar o comércio em condições competitivas.

    Impactos econômicos e custo político

    O aumento das tarifas já afeta setores-chave como aço, alumínio, celulose e agropecuária. O pacote emergencial anunciado pelo governo brasileiro foi criticado por empresários por ser limitado e incapaz de compensar as perdas, enquanto o Itamaraty falha em articular uma ofensiva diplomática que una política externa e interesse econômico.

    “O governo preferiu fazer discurso político para a militância em vez de negociar pragmaticamente. O resultado é que estamos pagando a conta da crise”, afirma o analista político Ricardo Nogueira.

    Isolamento e risco de ruptura

    O endurecimento da relação com os EUA pode levar a uma ruptura formal, cenário considerado extremo, mas não impossível. Nesse contexto, Lula aposta no reforço de laços com o BRICS, estratégia que, para críticos, pode aprofundar o isolamento do Brasil nas cadeias globais de valor dominadas pelo Ocidente.

    Enquanto isso, investidores já demonstram preocupação com a instabilidade e a falta de previsibilidade nas ações do governo brasileiro. Para o setor produtivo, a prioridade deveria ser restabelecer pontes com Washington antes que a crise comercial e diplomática se torne irreversível.


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