De acordo com documentos públicos do Condado de Miami-Dade, obtidos pelo portal Metrópoles, o imóvel da família do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, em Miami, foi adquirido à vista, sem financiamento. Avaliada em US$ 4,1 milhões (cerca de R$ 22 milhões), a propriedade está localizada na ilha de Key Biscayne.
A compra foi realizada ainda na planta, antes de Barroso assumir a presidência do STF em junho de 2013, mas a formalização só ocorreu em 2014. O apartamento de 158 m² está registrado em nome da offshore Telube Florida LLC, cujo nome deriva das iniciais dos integrantes da família do ministro. O imóvel foi adquirido diretamente do bilionário argentino Eduardo Constantini, responsável pela construção do edifício Oceana, localizado de frente para o mar.
Atualmente, um apartamento de mesma metragem no condomínio Oceana é anunciado por cerca de US$ 5 milhões (R$ 27 milhões). O custo mensal do condomínio é de US$ 2.827 (aproximadamente R$ 15,2 mil), enquanto os impostos anuais somam cerca de US$ 50 mil (R$ 270 mil). O aluguel de uma unidade similar pode alcançar US$ 20 mil mensais (R$ 108 mil).
O apartamento era utilizado por Bernardo Van Brussel Barroso, filho do ministro e diretor associado do BTG Pactual, que residia em Miami. Contudo, Bernardo decidiu não retornar aos Estados Unidos após as sanções impostas pelo governo Donald Trump, que suspendeu vistos de oito ministros do STF, incluindo Barroso.
Especialistas avaliam que, caso a Lei Magnitsky — já aplicada contra Alexandre de Moraes — seja estendida a outros ministros e seus familiares, o imóvel da família Barroso poderá ser atingido. O advogado Pablo Sukiennik explica:
“Um imóvel em nome de um ‘laranja’ também pode ser sancionado. Para evitar que o objetivo da sanção seja frustrado, a lei prevê a desconsideração de simulações.”