Mais uma vez, o Supremo Tribunal Federal (STF) mostra sua face de corte política e não de justiça. Nesta sexta-feira (15), o ministro Dias Toffoli, conhecido no meio político como o “amigo do amigo do meu pai”, anulou todos os atos da Operação Lava Jato contra João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT e um dos principais operadores de arrecadação do partido durante os anos de governo petista.
Com a decisão, todos os processos, investigações e condenações contra Vaccari se tornam letra morta. Toffoli alegou que houve “conluio” entre o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da República, e decretou a nulidade absoluta de cada etapa da Lava Jato envolvendo o ex-tesoureiro.
A medida vai além da anulação já concedida por Edson Fachin, em 2024, que havia declarado incompetência da Justiça Federal do Paraná. Toffoli simplesmente apagou anos de investigação e provas, em um ato que soa mais político do que jurídico.
O apelido “amigo do amigo do meu pai” nasceu em delações da Odebrecht, nas quais executivos se referiam a Toffoli dessa forma ao mencionarem sua proximidade com Lula. Essa marca de dependência e subordinação política nunca foi apagada. E, mais uma vez, a decisão que beneficia diretamente um ex-dirigente do PT reforça a imagem de que Toffoli não atua como juiz, mas como protetor do partido que o alçou ao poder.
Com Vaccari fora da mira da Lava Jato, o STF envia um recado claro: não haverá responsabilização real para os operadores do esquema de corrupção que drenou a Petrobras e demais estatais. O que sobra é a sensação de que, no Brasil, quem tem amigos no Supremo não precisa temer a Justiça.
Enquanto isso, a população assiste perplexa ao desmonte de uma das maiores operações anticorrupção do mundo, transformada em pó por ministros comprometidos com seus padrinhos políticos.