O senador Esperidião Amin (Progressistas–SC) assumiu o protagonismo no Senado Federal ao protocolar o pedido de criação da CPI da Vaza Toga, que busca investigar supostas irregularidades administrativas cometidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2018 e 2025.
A proposta, apresentada em agosto, já conta com respaldo de parte expressiva da oposição e reacendeu o debate sobre os limites da atuação das cortes superiores. Segundo Amin, o objetivo da comissão não é revisar ou questionar o mérito das decisões judiciais, mas apurar condutas administrativas que, em sua visão, extrapolariam as atribuições legais do Judiciário.
O parlamentar catarinense elencou situações que justificam a investigação, como:
o compartilhamento irregular de informações e recursos humanos;
emissão de ordens administrativas supostamente ilegais;
elaboração de relatórios direcionados contra pessoas específicas;
e a produção de provas em inquéritos polêmicos, como o das chamadas “fake news” e o dos atos de 8 de janeiro.
Amin argumenta que houve “excesso de criatividade” na condução desses procedimentos, levantando dúvidas sobre a legalidade e a imparcialidade das ações.
Na tribuna, o senador destacou que a CPI não pretende interferir no poder de decisão dos ministros, mas garantir transparência sobre o uso da estrutura administrativa do Judiciário. “Não se trata de contestar sentenças, mas de investigar como determinadas medidas foram tomadas fora dos parâmetros legais”, afirmou.
A iniciativa ganhou força após o depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE, que acusou a corte de manipular investigações e relatórios. Tagliaferro, atualmente na Itália, é considerado uma peça-chave para o avanço das apurações, e Amin já pediu medidas de proteção para que suas denúncias possam ser formalizadas.
Para ser instalada, a CPI precisa reunir 27 assinaturas de senadores. A expectativa é de que, diante do clima político atual, a coleta seja concluída nas próximas semanas. Caso isso se confirme, o Senado abrirá um inquérito parlamentar que pode ter repercussões históricas na relação entre Legislativo e Judiciário.
Com a ofensiva, Esperidião Amin se coloca no centro do debate político nacional, reafirmando sua trajetória de independência e defesa da legalidade.