Enquanto a oposição intensifica a pressão para votar o projeto de lei (PL) que garante anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, o regime do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se movimenta nos bastidores para sufocar qualquer avanço da proposta no Congresso Nacional.
O tema ganhou fôlego nas últimas semanas com a entrada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação. A mobilização, que já vinha crescendo, deve ganhar ainda mais força após a condenação absurda e política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em um julgamento que ficará marcado como uma das maiores farsas judiciais da história recente.
Os aliados do regime tratam a mobilização por anistia como algo “natural”, mas apostam na máquina de poder para barrar qualquer possibilidade. Mesmo que avance na Câmara dos Deputados, o Senado — controlado por figuras alinhadas ao Planalto — deve enterrar a proposta.
O objetivo de Lula e de seus operadores é claro: matar de vez o debate antes das eleições de 2026, impondo sua narrativa autoritária e mantendo milhares de brasileiros como reféns de um sistema judicial manipulado e seletivo.
A condenação política de Bolsonaro acendeu um alerta definitivo na oposição. Parlamentares pressionam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar a proposta. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), busca levar o tema à reunião de líderes já na próxima terça-feira (16/9). Motta, no entanto, resiste, deixando claro que cede mais ao medo do STF e do regime do que à pressão popular.
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AL) já declarou oposição à anistia, repetindo o discurso oficial do Palácio do Planalto e tentando apresentar “alternativas” que na prática apenas adiam e esvaziam o debate.
A cada condenação arbitrária, cresce a percepção de que o Brasil vive uma perseguição política sem precedentes. Manifestações recentes em Brasília trouxeram à tona o simbolismo das correntes, denunciando o que apoiadores chamam, com razão, de prisão política.
Enquanto isso, apoiadores de Bolsonaro mantêm vigília constante, reforçando que a pressão nas ruas seguirá até que o Congresso cumpra seu papel e enfrente o autoritarismo judicial e político do regime.
Não por acaso, a ministra petista Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política, já convocou ministros para agir diretamente nas bases contra a anistia. A ordem é clara: esmagar a proposta e desviar o foco com medidas populistas, como a promessa de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
A narrativa oficial tenta rotular o projeto da oposição como uma “pauta da extrema direita”, quando, na realidade, trata-se de uma questão de justiça, democracia e equilíbrio institucional.
O cerco está armado. De um lado, a oposição pressiona por justiça, liberdade e anistia; do outro, o regime Lula manipula o Congresso e o STF para consolidar seu poder. A batalha não é apenas legislativa: é simbólica, é pela própria democracia, que hoje agoniza sob as mãos de um governo cada vez mais autoritário.