O “PL da Dosimetria”: jantar de conchavos expõe tutela do STF e “Lindinho da Odebrecht”

    24/09/2025 19h50 - Atualizado há 1 dia

    O jantar de terça-feira (23/9), em um restaurante da Asa Sul, em Brasília, mostrou de forma cristalina como o chamado “PL da Dosimetria” está longe de ser uma discussão legislativa saudável. O relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) se reuniu com Lindbergh Farias (PT-RJ) — o mesmo que foi delatado como “Lindinho” na planilha de propinas da Odebrecht — e Aureo Ribeiro (SD-RJ), em mais um episódio de bastidores que mistura conchavos, interesses pessoais e submissão ao Supremo Tribunal Federal.

    STF como fiador de projetos

    Durante o encontro, Paulinho não hesitou em ligar para um interlocutor do ministro Alexandre de Moraes, que é tratado como verdadeiro “fiador” do projeto. O detalhe é estarrecedor: um ministro da Suprema Corte, que deveria julgar com isenção, é hoje peça ativa na articulação de um projeto que interfere diretamente no destino de centenas de cidadãos perseguidos politicamente após os atos de 8 de Janeiro.

    Moraes, longe de se limitar à função de magistrado, age como articulador político e operador de bastidores. Transformou o STF em trincheira do regime petista, impondo ao Congresso a sua conduta persecutória e retirando dos parlamentares a liberdade de decisão.

    O peso das sanções internacionais

    Com as recentes sanções dos Estados Unidos contra Viviane Barci, esposa de Moraes, a blindagem começa a rachar. Deputados apontam que o ministro recuou no entusiasmo pelo projeto, temendo o desgaste internacional. Ainda assim, sua sombra continua pairando sobre o Parlamento, constrangendo e direcionando os rumos de uma matéria que deveria ser exclusiva dos legisladores.

    O papel do “Lindinho”

    Na mesa, Lindbergh Farias foi categórico: o PT não apoiará qualquer anistia. Não surpreende: o “Lindinho da Odebrecht”, velho conhecido de escândalos de corrupção, atua agora como linha de frente de um partido que vive de aparelhar o Estado e proteger seus próprios interesses. A postura de Lindbergh expõe a incoerência de um regime que persegue opositores enquanto se alia a delatados da velha política.

    Parlamento encurralado

    Paulinho da Força tenta equilibrar-se entre a rigidez petista e a pressão do PL, que insiste na anistia plena. No entanto, a equação é simples: de um lado, um partido que jamais abrirá mão da perseguição; do outro, uma oposição que não aceitará meia-soluções. No meio disso, um relator que telefona a interlocutores de Moraes como se consultasse um chefe.

    Um regime travestido de democracia

    O episódio revela mais do que o destino de um projeto: mostra a captura do Legislativo por um ministro do STF e a submissão de parlamentares a uma lógica de regime autoritário. O “PL da Dosimetria” não é sobre justiça, mas sobre perpetuar a conduta persecutória de Alexandre de Moraes, validada pelo PT e defendida por figuras que carregam o peso de delações e escândalos.


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