O ex-ator da Globo e da Record, Tuca Andrada, voltou a aparecer não pelo talento artístico, mas pela verborragia agressiva e pelo discurso de ódio que tem cultivado nas redes sociais. Ao comentar o incêndio criminoso que destruiu a réplica da Estátua da Liberdade da loja Havan, em Petrolina (PE), o artista debochou da tragédia e celebrou o ato de vandalismo:
“Não sou a favor da barbárie, mas estou c*gando que essa cafonice queime e também que nazista morra”, escreveu, em referência ao empresário Luciano Hang.
A postagem, de tom raivoso e grotesco, foi recebida com indignação até mesmo por pessoas que não nutrem simpatia política pelo dono da rede varejista. Para muitos, o ator ultrapassou qualquer limite aceitável no debate público, fazendo apologia indireta ao crime e banalizando a violência.
Enquanto a Polícia Civil de Pernambuco abriu inquérito para apurar os crimes de incêndio doloso e dano qualificado, Tuca Andrada tentava se justificar dizendo que sua crítica se restringia à “estética cafona” da loja. A contradição, porém, é evidente: ao mesmo tempo em que diz não apoiar a barbárie, comemora o fogo criminoso e deseja a morte de quem discorda de sua visão ideológica.
Críticos apontam que esse comportamento expõe a hipocrisia de parte da classe artística: pregam “paz e democracia” em discursos televisionados, mas nas redes sociais destilam rancor, desrespeito e até ódio contra adversários políticos ou empresariais.
Em resposta às críticas, o ator ainda tentou desviar o foco, atacando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e evocando acusações de golpe de Estado. A estratégia, no entanto, não esconde o fato de que sua manifestação ofende milhões de brasileiros que veem na Havan não apenas uma rede de lojas, mas também um símbolo de empreendedorismo e liberdade de expressão.
A própria Havan, em nota, classificou o incêndio em Petrolina como “mais um ato de intolerância”, lembrando que este foi o terceiro ataque às estátuas da empresa desde 2019. “Esse é um ataque à democracia, ao direito de existir. Não vamos nos calar”, afirmou a companhia.
Tuca Andrada não é novato em controvérsias. Em março deste ano, protagonizou briga pública com o deputado federal Mário Frias (PL-SP), após atacar a cantora Anitta. Agora, reincide em declarações que reforçam sua imagem de militante extremado, mais conhecido por insultos do que por trabalhos relevantes na TV.
Ao comemorar um crime e desejar a morte de opositores, o ator coloca em xeque não apenas sua carreira, mas também o limite moral e ético da militância política na classe artística brasileira, que parece se afastar cada vez mais da responsabilidade social que deveria exercer.