A senadora, sem prestígio político algum e rejeitada até por antigos aliados, busca relevância bajulando o PT e sonhando com uma improvável nomeação ao Supremo.
Em contagem regressiva, a senadora Soraya Thronicke voltou a surpreender o país — não por uma proposta relevante, mas por mais uma de suas declarações desastrosas. Desta vez, afirmou que Fernando Haddad seria “mais liberal que Paulo Guedes”, numa tentativa clara de agradar ao governo petista e voltar aos holofotes de Brasília.
A fala, que viralizou nas redes, soou como um insulto à inteligência de qualquer cidadão que entenda minimamente de economia. Comparar o ministro da Fazenda de um governo marcado por aumento de impostos, expansão da máquina pública e intervenção estatal com o economista liberal que comandou as reformas e o crescimento entre 2019 e 2022 é, no mínimo, um disparate político travestido de oportunismo.
Soraya, que já foi vista como uma promessa de renovação, tornou-se símbolo de traição eleitoral e incoerência ideológica. Eleita na onda bolsonarista, rompeu com seus eleitores, aderiu ao discurso da esquerda e agora parece buscar, desesperadamente, um espaço em qualquer lado que lhe garanta visibilidade. Suas falas recentes indicam uma tentativa de se aproximar do Planalto, talvez de olho em uma vaga no Supremo Tribunal Federal, desejo comum entre políticos que veem o tribunal como refúgio e prêmio por lealdade ao sistema.
O problema é que, fora da bolha de Brasília, Soraya já perdeu o crédito com o eleitorado que um dia acreditou em suas promessas. As urnas, na próxima disputa, devem confirmar aquilo que as ruas já dizem: quem trai suas convicções e seus eleitores não volta ao Senado.